A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou hoje que o número de casos de gripe suína em todo o mundo praticamente dobrou, passando de 365 para 653 pessoas contaminadas – 17 morreram vítimas da doença. Até o momento, 15 países já reportaram novos casos confirmados em testes de laboratório. Somente no México, onde a doença foi primeiro reportada, foram 397 novos casos de gripe aviária, e 16 pessoas morreram.
O México deixou de informar os números de casos “suspeitos” da doença. Na última contagem haviam 2.498 pessoas com suspeita de estarem infectadas com o vírus A H1N1. As ruas do país, normalmente cheias durante as celebrações de Dia do Trabalho, estavam vazias e o governo decretou cinco dias de feriado na tentativa de conter a expansão da enfermidade.
Nos Estados Unidos, foram reportados 155 casos e uma morte. Nos demais países foram: 34 casos no Canadá, 13 na Espanha, 13 na Grã-Bretanha, quatro na Nova Zelândia e na Alemanha, dois em Israel e na França, e Áustria, Dinamarca, Hong Kong, Holanda, Coreia do Sul e Suíça tem um caso registrado cada um.
O governo norte-americano decretou situação de emergência na saúde. Duas empresas líderes na produção de máscaras aumentaram a produção para atender a demanda nas farmácias do país. Os estúdios de Hollywood decidiram adiar a estreia da temporada de verão no México. Os atores que tinham planos para promover seus filmes no país, como Hugh Jackman e Miley Cirus, também postergaram suas viagens.
O governo ainda anunciou que é contrário ao fechamento da fronteira entre os Estados Unidos e México. O vice-presidente Joe Biden afirmou que a medida seria “um empreendimento monumental” que resultaria em benefícios limitados. Porém, as companhias Continental Airlines e Delta Air Lines reduziram o número de voos para o México. A JetBlue cancelou mais cerca de doze operações previstas para Cancún por causa da baixa procura.
Ásia e Europa
A Ásia confirmou dois casos da gripe suína: um em Hong Kong e outro na Coreia do Sul. No primeiro, um mexicano que chegou em Xangai teve febre logo depois de chegar à China. Na Coreia do Sul, uma mulher de 51 anos que chegou recentemente do México também está doente. Vários países asiáticos apresentam casos suspeitos.
Na Dinamarca, as autoridades confirmaram o primeiro caso de gripe suína na região, em uma pessoa que retornou de Nova York. O especialista responsável pelo laboratório estatal onde foi detectada a doença acredita que este seja o primeiro caso da doença na Europa de uma pessoa contaminada nos EUA. Na Alemanha, o governo confirmou o primeiro caso de transmissão da doença entre pessoas, de uma enfermeira de 42 anos que contraiu a enfermidade recentemente de um paciente que retornou do México.
O governo britânico reportou mais dois casos transmitidos entre humanos. Na Escócia o exame de um homem de 24 anos resultou positivo para o vírus depois que ele teve contato com outra pessoa, que havia retornado de uma viagem de lua de mel do México. O outro caso é na Inglaterra. A França confirmou os primeiros dois casos da doença e anunciou que está monitorando uma terceira pessoa.
África
O receio da OMS agora é quanto ao avanço da doença no oeste africano, embora a região ainda não tenha casos confirmados. O Ministério da Saúde de Benin informou que há suspeita de uma pessoa contaminada, que chegou do México no dia 20 de abril. A nacionalidade do paciente não foi informada. A OMS anunciou ontem que passará a se referir à gripe suína por seu nome científico como influenza A H1N1.