Obama descarta envio de tropas dos EUA ao Iêmen

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que “não tem intenção” de enviar tropas norte-americanas para combater militantes no Iêmen e na Somália, apesar do crescente temor pela presença de células terroristas nesses países. Obama fez um pedido por cooperação internacional para o combate aos militantes no Iêmen. Ele disse que o almirante Michael Mullen, mais graduado militar dos EUA, afirmou que enviar tropas para o país “não era uma possibilidade”.

“Eu nunca descarto qualquer possibilidade em um mundo que é tão complexo. Em países como o Iêmen, em países como a Somália, penso que trabalhar com parceiros internacionais é mais efetivo neste momento”, disse Obama à revista People, que deve ser distribuída ao público na sexta-feira. A publicação divulgou ontem uma transcrição da entrevista. “Eu não tenho a intenção de enviar militares dos EUA nessas regiões”, afirmou Obama.

Ele insistiu que o cinturão tribal na fronteira entre Afeganistão e Paquistão “permanece o epicentro da Al-Qaeda”. Porém, o presidente reconheceu que a célula da rede no Iêmen tornou-se “um problema mais sério”. O empobrecido país que enfrenta há tempos o extremismo ganhou visibilidade após o braço da Al-Qaeda no Iêmen assumir a responsabilidade por um fracassado atentado contra um avião que seguia para os EUA, no Natal.

Recentes ataques a posições da Al-Qaeda no Iêmen, incluindo ações com mísseis, foram supostamente realizados pelos EUA, que se comprometeram a aumentar o auxílio econômico e militar para Sanaa. Londres e Washington já anunciaram planos de financiar uma polícia local específica contra os terroristas.

O Iêmen tem se mostrado hostil a qualquer sugestão de intervenção militar norte-americana. Mas analistas temem que o país não possa combater os militantes por conta própria. Funcionários dos EUA já disseram que trabalham para melhorar a cooperação militar e no setor de inteligência com autoridades iemenitas.

Ajuda econômica

O general David Petraeus, chefe do Comando Central dos EUA, que monitora uma região que inclui o Oriente Médio, o Golfo, o Chifre da África e a Ásia Central, elogiou em entrevista à CNN realizada ontem o fato de o Iêmen se mostrar disposto a combater o extremismo. Petraeus disse que Washington planeja mais que dobrar seu auxílio econômico para o Iêmen, chegando a US$ 150 milhões neste ano, em comparação com US$ 70 milhões no ano passado. No entanto, funcionários norte-americanos insistem que o valor total ainda não foi determinado.

O general afirmou ainda que outros países contribuirão para auxiliar o Iêmen. A Arábia Saudita deve enviar US$ 2 bilhões e os Emirados Árabes Unidos, US$ 650 milhões, segundo Petraeus. O governo iemenita enfrenta vários desafios, incluindo uma rebelião xiita no norte do país, um movimento por autonomia no sul e uma crise econômica, agravada pela diminuição nas reservas de petróleo e por problemas de escassez de água.

Ontem, o presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh, disse estar aberto ao diálogo com os militantes que renunciarem à violência. Saleh advertiu, porém, que as forças oficiais combaterão duramente os que seguirem optando por meios violentos. As informações são da Dow Jones.

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