No Equador, parcial indica vitória apertada de Correa

Resultados parciais e oficiais do referendo de sábado no Equador mostram uma margem estreita entre o “sim e o “não” na proposta de reforma judiciária e mudança constitucional, especialmente nas questões polêmicas relacionadas ao Poder Judiciário, à mídia e aos bancos. De acordo com dados do Conselho Eleitoral do Equador, com 39% dos votos apurados, os votos favoráveis ao “sim” estão entre 43,8% e 49,2% dos eleitores, em comparação a 40,4% e 44,1% do “não” às reformas.

Cinco das dez questões do referendo proposto pelo presidente Rafael Correa tem como objetivo emendar artigos da Constituição e as outras cinco irão exigir novas leis. Os resultados oficiais mostram que na pergunta que questionou os equatorianos se eles querem que os bancos sejam limitados apenas aos serviços financeiros, bem como que as empresas de mídia não possam ser proprietárias de empresas de outros setores econômicos, o “sim” foi respondido por 45,9%, enquanto 43,5% dos eleitores responderam “não”.

Questionados sobre a reforma do sistema judiciário do país como um todo, 45,4% dos eleitores responderam “sim”, enquanto 43,5% responderam “não”. Em relação à criação um conselho que supervisionará as empresas de mídia, bem como a responsabilidade individual dos jornalistas, o “sim” teve 43,8% dos votos, enquanto o “não” teve 43,5%.

Analistas políticos dizem que os resultados podem ser um sinal de que a popularidade de Correa está em declínio. “Reconhecemos que o ‘não’ teve um resultado mais alto que o apontado pelas pesquisas. Por isso, vamos esperar o resultado final. Ele será aceito, seja qual for”, disse a ministra de Coordenação Política, Doris Soliz, em declarações à emissora de televisão Ecuavisa.

Já a oposição afirma que a hegemonia política de Correa acabou no Equador. “A época da grande maioria da ‘Alianza País’ chegou ao fim. Isto é uma leitura claríssima do que acontece hoje no Equador. Eles festejaram com um discurso prepotente e grosseiro que não admite oposição, que não entende o papel da oposição em uma democracia”, disse Gustavo Larrea, ex-ministro de Segurança de Correa e que atualmente está na oposição, após desentendimentos com o mandatário.

No sábado, logo após o fechamento das urnas, Correa declarou vitória no referendo e disse que os resultados atenderam a três objetivos do governo: vencer nas dez questões, na maioria das províncias do país e por uma margem ampla. O instituto de pesquisas Santiago Pérez publicou uma boca-de-urna no sábado que indicava uma vitória do “sim” com 62% dos votos, contra 38% do “não”. Outra pesquisa, do Instituto Cedatos-Gallup, indicava vitória do “sim” por margem mais estreita, 51% dos votos válidos, contra 43% para o “não”. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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