Na Líbia, corpo de filho de Kadafi é sepultado

Forças leais ao governante da Líbia, Muamar Kadafi, lançaram hoje uma nova ofensiva contra a cidade de Misurata, dominada por rebeldes, antes do funeral do filho de Kadafi morto por um ataque aéreo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

O sepultamento do corpo de Seif al-Arab, de 29 anos, segundo filho mais jovem de Kadafi, ocorreu na tarde de hoje na capital líbia, Trípoli. Também foram sepultados os corpos de três bebês, netos de Kadafi. “Vingança, vingança para você Líbia”, gritaram cerca de 2 mil pessoas que compareceram ao velório e ao sepultamento dos corpos. O próprio Kadafi e sua mulher estavam no local, mas não foram feridos. O porta-voz do governo, Mussa Ibrahim, disse que a localização do ditador havia sido “vazada”.

Durante a madrugada, os confrontos na terceira maior cidade do país deixaram pelo menos seis mortos e dezenas de feridos, disseram médicos em Misurata. “Os tanques de Kadafi tentam entrar na cidade por Al-Ghiran”, um subúrbio a sudoeste da cidade, perto do aeroporto, disse um rebelde. Pelo menos quatro ou cinco tanques participam da ofensiva, segundo a liderança rebelde.

“Nós contamos seis mortos e várias dezenas de feridos”, afirmou uma fonte médica por volta das 9h30 (horário local), após os confrontos durante a noite. A fonte não sabia quantos dos mortos eram civis. Misurata é a última base importante dos rebeldes no oeste da Líbia. A cidade está cercada por forças de Kadafi e depende da saída pelo mar para receber suprimentos.

Repercussões

Alguns governos estrangeiros alertaram que os bombardeios contra figuras da cúpula do regime líbio poderão escalar a violência no país. A Rússia acusou a Otan de uso “desproporcional” da força ontem e pediu um cessar-fogo imediato. O governo da África do Sul divulgou um comunicado no qual afirma que “ataques contra líderes e funcionários apenas podem resultar em uma escalada das tensões e conflitos, tornando mais difíceis futuras negociações”.

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, disse hoje que seu país fechou sua embaixada em Trípoli, após ataques contra as missões diplomáticas da Grã-Bretanha e da Itália. Segundo ele, a embaixada foi fechada temporariamente por razões de segurança e os funcionários foram retirados do local. “Claro que isso não significa que a Turquia interromperá seus esforços” para resolver com um acordo a crise na Líbia, disse Davutoglu. As informações são da Dow Jones e Associated Press.