Morales está disposto a discutir crise em Washington

O presidente da Bolívia, Evo Morales, está disposto a viajar pela primeira vez a Washington para participar das reuniões da Organização dos Estados Americanos (OEA) que buscam uma solução pacífica para a crise política de seu país.

O representante da Bolívia na OEA, Reinaldo Cuadros, disse à ANSA que o governo boliviano teme "extremismos" nas discussões a respeito do referendo sobre a autonomia do departamento (estado) de Santa Cruz, que será realizado no próximo dia 4 de maio.

Morales está disposto a reunir-se na sede da OEA com os prefeitos (governadores) dos departamentos que pretendem promover consultas populares e, com isso, tentar evitar uma onda de violência no país, segundo Cuadros.

O diplomata boliviano lembrou que Morales nunca foi para Washington por ter diferenças com George W. Bush, mas "a ameaça de violência é tal, que nosso presidente está disposto a viajar (para a capital norte-americana)".

Durante seu discurso perante o Conselho Permanente da OEA, Cuadros disse que o diálogo pode "evitar um cenário perigoso no qual não queremos chegar".

O departamento de Santa Cruz, o mais rico da Bolívia, irá realizar no domingo de 4 de maio um referendo sobre a autonomia da região. Beni, Pando e Tarija também seguirão o exemplo de Santa Cruz organizando consultas populares para junho.

Para tentar contornar essa situação, Morales pediu ajuda para a Igreja católica e países amigos, além da OEA, para mediar o conflito.

Essas mesmas regiões já haviam votado um referendo de autonomia em julho 2006, ocasião em que essa medida foi aprovada, levando as autoridades dessas áreas a criar um estatuto autônomo de caráter liberal, indo contra o governo de esquerda do presidente, cujo projeto de aprovar uma nova Constituição ainda não conseguiu vingar.

Voltar ao topo