Manifestantes exigem renúncia do presidente da Geórgia

Cerca de 2 mil manifestantes exigiram neste domingo (12) a renúncia do presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, protestando pelo quarto dia consecutivo. Segundo a maior parte dos líderes da oposição, a discussão sobre sua permanência já não é mais uma opção.

Os líderes da oposição haviam anunciado a suspensão por um dia dos protestos nas ruas, visto que o país de maioria cristã ortodoxa celebra o feriado do Domingo de Ramos. Mas os oponentes de Saakashvili retornaram às ruas ao redor do Parlamento, após o ataque na noite anterior contra um computador e equipamento de som no local da manifestação. Nino Burdzhanadze, líder da oposição, culpou os apoiadores de Saakashvili pelo ataque, incluindo membros de seu partido.

“O governo desse país não é civilizado”, afirmou Burdzhanadze, ex-porta-voz do Parlamento e aliado de Saakashvili. “O povo é civilizado, mas o governo não, e com esse governo não civilizado não há dialogo e não haverá. Há só uma exigência: a renúncia do presidente”.

O porta-voz do Ministério do Interior, Shota Utiashvili, disse que nenhum membro do partido, da polícia ou pessoal ligado ao governo estava envolvido no ataque. Uma investigação sobre o caso está em andamento, acrescentou.

Saakashvili tem prometido ficar até o final de seu segundo mandato, que termina em 2013, e instou os líderes da oposição a discutir suas reclamações. Nos últimos dias, eles acenaram com a possibilidade de negociação contanto que certas condições sejam atendidas, embora não pareçam concordar com quais seriam essas condições.

A confusão continuou neste domingo, quando Irakly Alasania, outro líder da oposição, disse que a proposta para negociação continua de pé. Alasania, ex-embaixador da Georgia para as Nações Unidas, falou durante uma participação em um programa de televisão local com outros líderes da oposição, após os protestos da manhã de hoje. Mas os líderes da oposição já declararam que negociar agora está fora de questão. Saakashvili é acusado de ter se comportado de forma covarde durante o confronto com a Rússia em agosto do ano passado, quando o país chegou a perder territórios. As informações são da Associated Press.