Jovens de classe média viram alvo de investigação

Para descobrir se um filho está envolvido com drogas algumas famílias de classe média estão recorrendo aos serviços de detetives particulares. Isso vem crescendo na mesma proporção do aumento do consumo de entorpecentes no Brasil, bem como o surgimento de novas drogas sintéticas. Com esse crescimento, a facilidade para se obter essas substâncias é grande.

Além de ter a droga à disposição em favelas e botecos da periferia, hoje o jovem pode adquirir a droga na própria escola ou na festa onde se encontra com os amigos. E geralmente esses amigos estão muito mais próximos do que os pais imaginam. Eles compram a droga em grande quantidade para poder repassar para os colegas e ao mesmo tempo ganhar dinheiro.

A investigação é simples e rápida. “Em apenas uma semana já dá para saber se o jovem está envolvido com drogas”, afirma Angela Bekeredjan, detetive particular que há 40 anos desvenda todo tipo de caso. Segundo a detetive, normalmente o jovem é seguido desde o momento em que sai de casa até a hora em que retorna. “Em alguns casos é necessário vasculhar os e-mails do investigado, usar disfarce para se aproximar de seus amigos e até mesmo monitorar os telefonemas da casa”, afirma Angela.

A maioria dos clientes está em São Paulo e Rio de Janeiro, mas a demanda já atinge outros estados. São famílias de classe média alta e quando resolvem colocar detetives atrás do filho é porque a suspeita chegou ao limite. “Em 90% dos casos a suspeita é confirmada. Os pais precisam de uma prova para encostar os filhos na parede”, conta. Os investigados têm, em geral, de 13 a 22 anos e estão sempre em festas e noitadas com os amigos.

Segundo Ângela, a procura para este tipo de investigação têm aumentado muito nos últimos anos. Perdem apenas para casos conjugais e empresariais. Ângela conta com uma equipe de 15 agentes e equipamentos de última geração, o que facilita o trabalho de sua empresa.

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