Itu terá a maior biblioteca republicana do País

Sorocaba (AE) – A cidade de Itu, a 98 quilômetros de São Paulo, dá um grande passo para se tornar o maior centro brasileiro de referência e pesquisa do período da chamada Velha República (1889-1930). A Prefeitura transferiu, para a Universidade de São Paulo (USP), o prédio histórico conhecido como Casa do Barão, do patrimônio municipal. O casarão, edificado em 1847, passará a abrigar a Biblioteca Prudente de Morais, com a importante documentação deixada pelo primeiro presidente civil da República.

Prudente era natural de Itu e deixou, além de livros, objetos e material iconográfico, uma coleção de documentos sobre a história política e econômica do Brasil, a partir da segunda metade do século XIX, até as primeiras décadas do século passado. O prédio receberá também o acervo da Biblioteca Edgard Carone, especializada nessa mesma época da história brasileira.

As duas bibliotecas serão integradas ao Museu Republicano Convenção de Itu, uma extensão do Museu Paulista, vinculado à USP. O reitor da universidade, Adolpho José Melfi, a diretora do Museu Paulista, Eni de Mesquita Samara, e o prefeito Herculano Júnior (PV) assinam o documento de cessão em comodato do prédio por 30 anos.

O historiador Carone, falecido há dois anos, organizou e disponibilizou um conjunto de documentos fundamentais para a compreensão da história do Brasil Republicano e do movimento operário. Sua biblioteca é uma das mais importantes fontes para o estudo da história do País nos séculos XIX e XX, segundo Eni Samara. ?O acervo, que já é muito rico, passará a contar com verdadeiras raridades que estarão disponíveis para pesquisadores e universitários.??

Os livros do historiador Edgar Carone, hoje acomodados em dois apartamentos em São Paulo, serão transferidos para a Casa do Barão até o final de novembro. Ainda não foi definida a data da abertura ao público. O casarão fica na Rua do Museu, no centro histórico de Itu, e foi residência de Bento Dias de Almeida Prado, o Barão de Itaim. Figura de destaque no Império, ele foi o primeiro a libertar mais de 100 escravos antes da assinatura da Lei Áurea.

Voltar ao topo