Itália de Berlusconi será “único país sem ministério da saúde”

"O novo governo nasce já com um primado: fazer da Itália o único país do mundo que não possui um ministério da Saúde", alerta o secretário nacional da Associação Médica italiana, Carlo Lusenti. O grupo reafirmou, nesta quinta-feira (08), sua posição contrária à junção das pastas do Trabalho, das Políticas Sociais e da Saúde, que será levada a cabo pelo governo eleito.

As críticas ao ministério único do Bem-Estar também partem de sindicados médicos e setores da sociedade italiana. "Pedimos ao premier [Berlusconi] que reconstitua o ministério da Saúde. Estamos convencidos de que a sobrevivência da pasta é o único modo de garantir ao Serviço de Saúde Nacional o seu caráter unitário, que tanto defendemos", continua Lusenti.

Segundo a visão da Associação Médica da Itália, em um país onde rege o federalismo da saúde, "é indispensável manter um organismo que se baseie em um centro comum para assegurar a coordenação de programas e de critérios uniformes de assistência, a fim de evitar desvios perigosos que negam o reconhecimento do direito à saúde pública em todo o território nacional".

Para Massimo Cozza, líder do sindicato Medici-Cgil, o problema é que passa a existir "um forte risco de acentuação da desigualdade, derivada dos 20 diversos sistemas de saúde de cada região". 

Silvio Berlusconi e seus 21 ministros — 9 dos quais sem pasta — prestaram juramento hoje no Palácio do Quirinal ao presidente Giorgio Napolitano, como prevê a Constituição, e na segunda-feira se reunirão no Conselho de Ministros.

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