Israel evita adesão total a proposta do Quarteto para o Oriente Médio

Israel aceitou neste domingo algumas das condições que integram a nova proposta de retomada de conversações de paz com os palestinos, mas alegou ter algumas “ressalvas” ao plano apresentado pelo Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, União Europeia, ONU e Rússia). Os palestinos também se mostraram evasivos com relação à proposta, mas como Israel, tomam cuidado para não serem vistos como a parte que impede a retomada das conversações.

No domingo, os ministros do gabinete de Israel discutiram a proposta do Quarteto. Por meio de nota, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou ser “bem-vinda a proposta de negociações diretas entre as partes sem precondições”, mas que futuramente fará suas “considerações”.

O comunicado não diz quais são elas. Mas autoridades israelenses manifestaram reservas quanto ao cronograma de um ano e também quanto ao pedido do Quarteto para as partes fornecerem “propostas abrangentes” sobre território e segurança num prazo de três meses.

Para Israel, essas questões não devem ser separadas de uma série de problemas que dividem palestinos e israelenses, como a reivindicação por ambas as partes de Jerusalém Oriental e o futuro dos refugiados palestinos expulsos durante a criação de Israel, há 63 anos.

O Quarteto não apresentou nenhuma ideia nova para superar as divergências entre as partes, cujas negociações estão paralisadas há três anos.

Os palestinos alegam que não retomarão as conversações enquanto Israel não colocar um fim nos assentamentos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Israel capturou ambas as regiões, junto com a Faixa de Gaza, na Guerra dos Seis Dias, travada em 1967.

Na semana passada, Israel aprovou a construção de mais 100 casas numa área de Jerusalém construída em terras tomadas em 1967, medida que provocou condenações da comunidade internacional.

No Cairo, o principal negociador palestino Saeb Erekat, disse que o primeiro-ministro israelense não é sincero em suas atitudes, “Netanyahu deve agir e anunciar um fim nos assentamentos, e aceitar a solução de dois Estados com base nas fronteiras de 1967”, disse ele. “Se ele não aceitar, significa que está fazendo um jogo de engano e relações públicas. Ninguém vai engolir isso”.

Em Washington, o Departamento de Estado dos EUA elogiou o que interpretou como aceitação israelense de voltar a negociar. “Nós recebemos com satisfação o anúncio do governo israelense, feito hoje, manifestando prontidão para voltar a negociar com os palestinos, como pedido pelo Quarteto”, declarou Victoria Nuland, porta-voz da chancelaria norte-americana. “Os palestinos já haviam manifestado apoio à iniciativa do Quarteto em 29 de setembro”, prosseguiu ela. As informações são da Associated Press.

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