Israel aprova construção de 50 casas na Cisjordânia

O governo israelense aprovou a construção de 50 novas casas em um assentamento na Cisjordânia a fim de absorver colonos que estão prestes a ser despejados de outro assentamento próximo, não autorizado, segundo documento obtido hoje com exclusividade pela Associated Press. As construções em assentamentos ilegais pelos israelenses têm causado impasse nas relações com a administração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. O governo norte-americano pede a interrupção completa das construções, como parte dos esforços para retomar as conversas de paz com os palestinos.

Israel enviou hoje seu ministro da Defesa, Ehud Barak, a Washington para tentar reduzir a crescente tensão com os EUA e elaborar um compromisso. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, reiterou hoje que as negociações não devem ser retomadas enquanto a expansão dos assentamentos continuar. Um documento do Ministério da Defesa submetido à Suprema Corte mostra que o governo aprovou a construção de 50 novos apartamentos, em uma colônia de Adam, para moradores do assentamento Migron, próximo dali.

A construção deve ser parte de um plano mais ambicioso, ainda não aprovado, para construir 1.450 novas residências em Adam, ao norte de Jerusalém. Migron é um dos mais de 100 assentamentos construídos sem autorização governamental e, nesse caso, em terra de propriedade privada dos palestinos. Ainda que essas colônias não tenham sido formalmente autorizadas, o governo forneceu-lhes eletricidade, água potável rodovias e segurança. Israel fez pouco para cumprir sua promessa de acabar com mais de 20 colônias, confirme previsto no plano apoiado pelos EUA, o chamado “roteiro para a paz”.

Os assentados começaram a construir os assentamentos no início dos anos 1990, para expandir a presença judaica na Cisjordânia, território que os palestinos querem como parte de seu futuro Estado. O governo estava respondendo a uma apelação da Suprema Corte entregue aos palestinos que possuem terras onde Migron se localiza.

Pesquisa

Uma pesquisa revelou hoje uma forte queda no apoio ao Hamas, que controla a Faixa de Gaza. A sondagem, do Jerusalem Media and Communication Center, mostra que o apoio popular ao Hamas na Cisjordânia caiu para 18,8% em comparação com os 27,7% da última pesquisa, em janeiro. Já o Fatah, de Abbas, é apoiado por 34,9%, ante 26% em janeiro.

Estão em andamento conversas para a reconciliação entre os palestinos, tendo de um lado o Hamas, que controla Gaza, e do outro o Fatah, autoridade na Cisjordânia. A reconciliação é vista como essencial para permitir que a ajuda internacional chegue à Gaza, a fim de reconstruir a região após uma violenta ofensiva israelense de 22 dias, no início do ano.

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