Irã suspende negociações com EUA sobre Iraque

O Irã anunciou nesta segunda-feira (05) que não participará de nenhuma nova rodada de negociações com os Estados Unidos para discutir a crise de segurança no Iraque enquanto as forças americanas mantiverem a atual onda de repressão a milicianos xiitas leais ao clérigo Muqtada al-Sadr no país árabe. Milicianos e tropas dos EUA e iraquianas têm realizado combates cada vez mais violentos desde março. "Acreditamos que as negociações não ocorrerão por causa da atual situação no Iraque", disse Mohammad Ali Hosseini, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, em Teerã.

A declaração de Hosseini é a primeira confirmação oficial de que o Irã decidiu suspender as negociações com os EUA. Diplomatas iranianos e americanos realizaram três rodadas de negociações para discutir a situação de segurança no Iraque desde maio do ano passado.

"O que estamos testemunhando é um bombardeio aberto e amplo da nação iraquiana em um momento no qual o objetivo das negociações com os americanos são a segurança e a paz no Iraque", declarou Hosseini. "Há dúvidas quanto aos Estados Unidos estarem em busca de uma solução para a crise, que foi causada por eles.

Os EUA invadiram o Iraque em março de 2003 sob a alegação de que o regime de Saddam Hussein, então no poder, ocultava armas de destruição em massa. Tais armas nunca vieram a ser encontradas, mas o regime caiu.

Em meio à resistência iraquiana à invasão do país, o EUA passaram a acusar o Irã de financiar e armar milícias xiitas no Iraque. Apesar de os iranianos serem persas e os iraquianos, árabes, os dois países compartilham a crença na interpretação xiita do Islã. O Irã nega que arme e financie os rebeldes e atribui a violência no país vizinho à presença de tropas americanas.

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