Irã pode parar de enriquecer urânio se acordo for aceito

O Irã prometeu parar o enriquecimento de urânio num grau mais elevado caso os países membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aceitam o Acordo de Teerã. Esse pacto foi estabelecido pelo país com Brasil e Turquia e prevê a troca de combustível nuclear. A informação é do chanceler da Turquia, Ahmet Davutoglu, divulgada hoje pelo Wall Street Journal.

A insistência prévia do Irã em enriquecer urânio em até 20% foi uma das razões pelas quais os Estados Unidos e países impuseram novas sanções em junho, apesar do Irã ter fechado o acordo de troca de combustível nuclear algumas semanas antes. Davutoglu disse que o ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, ofereceu mudar a posição do Irã em continuar a enriquecer urânio, quando os dois tiveram uma reunião em Istambul no domingo passado.

Mottaki disse que “não haverá mais necessidade do Irã continuar a enriquecer urânio a 20% se o Acordo de Teerã for reconhecido e o país puder obter todo o combustível que precisa”, disse Davutoglu em entrevista à imprensa conjunta com o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, nesta quarta-feira, segundo informações da agência de notícias Anadolu Ajansi, da Turquia.

A Turquia e o Brasil votaram contra as sanções de junho do Conselho de Segurança, argumentando que era preciso manter o Irã na mesa de negociações com o acordo da troca de urânio com baixo enriquecimento por combustível nuclear. Sob o acordo, o Irã enviaria para a Turquia 1.200 quilos de urânio com baixo enriquecimento. Em troca, o Irã receberia vários meses depois a quantidade correspondente de urânio enriquecido para uso no seu reator de pesquisas médicas.

Westerwelle disse que a promessa iraniana e uma carta que o Irã enviou na segunda-feira à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o braço nuclear da ONU com sede em Viena, foram sinais positivos e um acordo poderá ser alcançado. Uma reunião entre o chefe negociador do programa nuclear do Irã e a chefe da política externa da União Europeia, Catherine Ashton, poderá acontecer em setembro, afirma Davutoglu. Asthon representaria o chamado P5+1 – os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha e França) mais a Alemanha. As informações são da Dow Jones.

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