Eleições nos EUA

Impacto da crise domina começo do segundo debate nos EUA

O impacto da crise financeira sobre o americano médio dominou o começou do segundo debate entre os candidatos à presidência dos Estados Unidos na noite desta terça-feira, feito na Universidade Belmont, em Nashville, Tennessee. Os eleitores, que fizeram as perguntas, quiseram saber como o democrata Barack Obama e o republicano John McCain enfrentariam de maneira rápida a crise. Muitos eleitores mostraram-se frustrados com a crise e céticos. Ambos os candidatos deram respostas parecidas, endereçadas à classe média e aos mutuários arriscados de perderem suas casas hipotecadas, mas recheadas de ataques contra o oponente.

“Temos que garantir que o pacote aprovado na semana passada funcione bem. A classe média precisa de um pacote, com corte de impostos. Vocês precisam de algo que trabalhe para vocês”, disse Obama.

McCain sugeriu a renegociação das hipotecas. “Vamos renegociar as hipotecas, o tesouro pode fazer isso. Essa não é uma proposta de Obama, nem de Bush. É uma proposta minha”, disse o republicano.

O começo do debate foi marcado pelas acusações pessoais entre os dois candidatos. McCain, que depende de um bom desempenho no debate desta noite para barrar o avanço de Obama nas pesquisas, foi mais agressivo.

“O senador Obama foi o segundo político a receber mais doações dos bancos Fannie Mae e Freddie Mac”, disse McCain, referindo-se aos dois bancos pára estatais que quase quebraram por má administração na concessão dos empréstimos subprime. Obama contra atacou e lembrou que um dos conselheiros econômicos de McCain trabalhou no Freddie Mac.

Os eleitores que fizeram as perguntas mostraram a frustração da classe média americana com a crise.

“Como podemos confiar em vocês, se ambos os partidos criaram essa crise?” perguntou uma eleitora.

Obama disse que entende a frustração da eleitora, mas responsabilizou, em grande parte, a administração do presidente George W. Bush pela desregulamentação e os gastos que levaram à crise. Obama lembrou que quando o presidente George W. Bush chegou ao governo, em 2001, o governo tinha superávit. Agora, conta com um déficit gigantesco. McCain disse que Obama é um gastador e sugeriu eliminar a dependência do petróleo estrangeiro para reduzir o déficit comercial.