Imagem de Jean Charles foi adulterada, acusa promotoria

A polícia divulgou uma imagem adulterada do brasileiro Jean Charles de Menezes na tentativa de provar que o brasileiro parecia um terrorista quando foi morto por agentes no metrô de Londres em 2005. A acusação é dos promotores do caso. Para eles, uma sucessão de erros em série resultou na morte de Jean Charles e colocou em risco a vida de pessoas próximos no momento dos acontecimentos.

A Polícia Metropolitana de Londres alega ter atuado em legítima defesa e que foi difícil identificar o brasileiro porque ele teria fisionomia parecida com a do extremista Hussain Osman, procurado na ocasião. Com o objetivo de ilustrar as dificuldades enfrentadas pela polícia para identificar o brasileiro, um advogado de defesa da corporação mostrou aos jurados uma fotografia que junta, de um lado, a metade do rosto de Jean Charles e, do outro, a metade oposta do rosto de Osman.

No entanto, a promotora Clare Montgomery observou que a fotografia teria sido adulterada, sendo "esticada ou modificada para que o rosto perdesse sua proporção correta". Ainda segundo ela, efeitos de computador tornaram a imagem mais brilhante, tirando a nitidez do rosto do brasileiro. Jean Charles de Menezes, de 27 anos, foi morto pela polícia britânica com sete tiros na cabeça no interior do metrô de Londres em 22 de julho de 2005.

Duas semanas antes, quatro homens-bomba promoveram atentados suicidas que provocaram a morte de mais 52 pessoas em três estações de metrô e um ônibus na capital britânica. Um dia antes da morte de Jean Charles houve uma tentativa fracassada de novos atentados contra Londres.

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