Iêmen aumenta repressão, mas protestos continuam

Uma brutal ofensiva não foi capaz de cessar intensos protestos contra o presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh. Hoje, a polícia disparou balas reais, de borracha e gás lacrimogêneo contra manifestantes no improvisado acampamento de Aden, no sul do país, ferindo pelo menos 13 pessoas, segundo testemunhas. Milhares saíram do acampamento e cercaram um posto policial nas proximidades, na tentativa de tomá-lo. Policiais atiraram para cima para contê-los.

A repressão comandada por Saleh aumentou ontem, quando forças de segurança mataram pelo menos 41 e feriram centenas de pessoas na capital. O jornalista iemenita Jamal al-Sharaabi estava entre as vítimas. Os protestos prosseguiram hoje, com soldados em tanques posicionados nos cruzamentos e principais edifícios da capital, incluindo o palácio presidencial, o prédio da TV estatal e outras instituições governamentais.

A violência foi condenada pelos Estados Unidos, que há muito colabora com Saleh para combater as operações da Al-Qaeda na volátil e empobrecida nação, enviando neste ano US$ 250 milhões em ajuda militar ao Iêmen.

Vários membros proeminentes do partido governista anunciaram a renúncia hoje. Entre eles, dois ex-ministros de Cultura e o diretor da agência de notícias estatal, Nasr Taha Moustafa, que tem relações estreitas com Saleh. Dois ministros do governo já renunciaram em virtude dos protestos. As informações são da Associated Press.

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