IBGE aponta extinção de tipo de anfíbio no Brasil

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mapeou as 105 espécies e subespécies de mamíferos, répteis e anfíbios ameaçadas de extinção no País e cravou: a perereca paulista (phrynomedusa fimbriata) está extinta. Foi a única a sumir do mapa. Era encontrada principalmente em Paranapiacaba, subdistrito da cidade de Santo André, no ABC Paulista, região da Serra do Mar.

O mapa, na escala 1: 5.000.000, é baseado na lista mais recente de fauna ameaçada de extinção, divulgada em maio de 2003 pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Foram estabelecidas cinco categorias de ameaça, em ordem crescente de risco: espécie vulnerável a extinção, em perigo de extinção, criticamente em perigo de extinção, extinta na natureza (encontrada somente em viveiros) e extinta. O trabalho mostra que o litoral concentra o maior número de espécies ameaçadas. A Região Sudeste é a mais afetada e, conseqüentemente, o bioma mais atingido é a mata atlântica.

Ou seja, quanto mais urbanização, menos condições favoráveis à sobrevivência das espécies. O Rio de Janeiro concentra o maior número: 39 das 105 ameaçadas. Depois, vêm São Paulo (38), Minas Gerais (37), Espírito Santo (29), Rio Grande do Sul (26), Paraná (20), Santa Catarina (18) e Distrito Federal (12). Os Estados com menor número de espécies ameaçadas são da Região Norte: Roraima (8) Rondônia (10) e Amapá (10).

Das 105 sob ameaça, 69 são mamíferos, 20 são répteis e 16 são anfíbios. Além da distribuição geográfica dos habitats naturais e das categorias de ameaça, o mapa mostra os nomes científicos e populares dos animais e a divisão do País em seis biomas (amazônia, caatinga, cerrado, mata atlântica, pampa e pantanal). Os animais são representados por desenhos.

Em crítico perigo de extinção estão a baleia-azul, o bugio, o mico-leão-de-cara-preta, o mico-leão-preto, o macaco-prego-de-peito-amarelo, o peixe-boi-marinho, a jararaca-de-alcatrazes e a tartaruga-de-couro, dentre outros. Vulnerável, a onça-pintada é vendida para zoológicos e sofre com o desmatamento, a caça predatória e o comércio clandestino de sua pele. Bióloga da Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais do IBGE, Licia Couto defende a criação de reservas e mais fiscalização.

A lista de animais ameaçados de 2003 reúne ao todo 394 espécies e subespécies. No mapa do IBGE divulgado nesta sexta-feira (1/6), não foram incluídos peixes e invertebrados aquáticos, aves, insetos e outros invertebrados terrestres, que terão mapas específicos. Na lista anterior, de 1989, havia 220 espécies sob ameaça de extinção, o que significa um aumento de cerca de 80%. O total de mamíferos, répteis e anfíbios ameaçados era de 77 em 1989 e subiu para 105. A comparação das duas listas mostra que, apesar do aumento, alguns animais conseguiram sair da situação de ameaça, entre eles o jacaré-de-papo-amarelo e o veado-campeiro.

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