Histórias do IPE

No momento em que se fala na recuperação do Instituto de Previdência do Estado, meu irmão, Elias Féder, que foi seu diretor ao tempo da sua fundação, lembrou uma passagem pitoresca, ocorrida pelos idos de 1970.

O IPE preparou-se para a inauguração do Centro Previdenciário de Londrina, para atender aquela região, e meu irmão foi designado pelo superintendente, sr. Juvenal pietraróia, para as providências devidas.

Chegado o dia, meu irmão comunicou: “Seu Juvenal, está tudo pronto. A banda está acertada, o governador confirmou a presença e o resto também está tudo OK”.

E informou: temos três mastros. O representante federal de maior patente vai hastear a bandeira do Brasil; O governador hasteará a bandeira do Paraná e o Dalton Paranaguá, prefeito de Londrina, vai hastear a bandeira do município.

– Negativo, dr. Elias, retrucou Pietraróia. Eu não quero nem a presença do Dalton Paranaguá. Você esquece o que ele fez comigo (Paranaguá havia sido secretário da saúde e nessa época ambos tiveram um entrevero).

Esqueça dele, completou.

– Mas, seu Juvenal, ele é o prefeito do município, ou seja, a maior autoridade de Londrina.

– Não quero nem saber. Estude o programa e elimine esse homem da festividade.

– Mas como?

– Não quero nem saber. Resolva o problema e me traga a solução.

Depois de muito pensar sobre a questão, Elias Féder teve uma idéia: mandou o assessor do interior, Leonel Noutres, até a Loja Roskamp e encomendou uma bandeira do próprio IPE.

E assim se fez. No dia ao som festivo da Banda da Polícia Militar, que executou o hino nacional, o representante do Exército hasteou a bandeira nacional, o governador Paulo Pimentel a bandeira do Paraná e o sr. Juvenal Pietraróia a bandeira do IPE, instituída especialmente para a ocasião.

Sucedeu, entretanto, um imprevisto. A bandeira do IPE em lugar de ser hasteada normalmente, infiltrou-se pelo orifício do mastro e o sr. Juvenal Pietraróia fez tanta força que acabou arrebentando a corda e a bandeira do IPE não subiu. Castigo divino?

P.S.:

– “O passado é um segundo coração que bate em nós”. (Henry Bataille, poeta francês falecido em 1922).

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