Hatoyama pode rever presença militar dos EUA no Japão

A revisão do acordo que permite a presença de quase 50 mil soldados norte-americanos em solo japonês pode transformar-se no primeiro teste para as relações entre Estados Unidos e o futuro primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, que deverá ser nomeado no dia 16.

Com a vitória esmagadora da oposição nas eleições parlamentares de domingo – quando o Partido Democrático do Japão (PDJ), liderado por Hatoyama, conseguiu 308 das 408 cadeiras do Parlamento – foi aberto o caminho para o debate sobre a transferência de pelo menos 8 mil fuzileiros navais da ilha de Okinawa para um complexo militar americano erguido em Guam, além da possibilidade da diminuição da presença militar americana no país.

A alternativa é defendida tanto por moradores de Okinawa quanto por políticos do PDJ. Mas, em Washington, o governo americano já declarou que não pretende rever o acordo militar com o Japão.

“Os EUA não têm a intenção de renegociar o plano de substituição das instalações de Futenma (em Okinawa) ou o deslocamento para Guam”, disse na segunda-feira o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ian Kelly.

A polêmica surge no mesmo momento em que Hatoyama e parlamentares recém-eleitos do PDJ falam em balancear o peso dos EUA nas relações com o Japão, privilegiando parceiros asiáticos, como o governo chinês.