Guerra no Iraque põe em risco ruínas históricas

Arqueólogos americanos alertaram o Pentágono sobre os riscos que uma ofensiva contra o Iraque trariam ao imenso patrimônio histórico do país, citando como exemplo as ruínas da capital assíria Nínive, que há 2.700 anos foi o centro da civilização mesopotâmica, e hoje é um dos sítios arqueológicos mais famosos do Iraque.

Os arqueólogos afirmam que as bombas inteligentes podem acabar com o que resta dos tesouros das antigas civilizações. “Todo o Iraque é um sítio arqueológico”, disse McGuire Gibson, perito em civilização mesopotâmica da Universidade de Chicago. Parte dos tesouros do Palácio de Senaquerib, de Nínive, como os colossais leões alados e a esfinge com cabeça de leão, está a salvo em museus de Paris e Londres, mas as ruínas sofreram sérios danos durante a Guerra do Golfo, em 1991. “Um novo ataque agora seria fatal”, alertou Gibson.

Os estudiosos manifestaram sua preocupação ao secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, que solicitou que eles prestassem uma assessoria especial. “Nossos líderes militares e civis precisam conhecer os sítios arqueológicos e culturais mais significativos do Iraque para que não ocorram danos”, disse ele. Mas os arqueólogos consideram essa tarefa quase impossível.

O Iraque foi centro de civilizações variadas, abrigando em seu território resquícios arqueológicos de culturas diversas como a suméria, amorita, persa, mongol e otomana, entre outras. Por isso, o país pode ser considerado um amplo reservatório de sítios arqueológicos, muitos deles só recentemente descobertos em escavações que ainda não foram concluídas.

O temor manifestado pelos arqueólogos não é infundado. Nos ataques aéreos dos Estados Unidos ao país, em 1991, foram danificadas e destruídas ruínas importantes como o antigo zigurate (templo) da cidade de Ur e o Arco de Tesifonte, localizado a cerca de 30 km de Bagdá. Na época, arqueólogos americanos alertaram os militares sobre os riscos ao patrimônio histórico, mas não foram ouvidos.

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