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Forças do Iraque conseguem abrir passagem para alguns civis saírem de Mossul

As forças do Iraque abriram neste domingo uma passagem segura para civis presos nos densos bairros de Mossul, permitindo que milhares de pessoas fugissem de áreas onde militantes do Estado Islâmico colocaram algumas das mais ferozes resistências ainda na campanha para retomar a cidade.

Caminhões e ônibus com mais de 300 famílias chegaram ao acampamento em Hasan Shami, uma aldeia fora de Mossul, ao cair da noite.

“Sobrevivemos à morte sob o Daesh [acrônimo árabe usado para o Estado Islâmico]”, disse Hanaa Salah, uma mulher de 30 anos. Como a maioria das pessoas que chegaram ao campo neste domingo, ela veio de Al Samah, apenas um dos 84 bairros no leste de Mossul que as forças especiais iraquianas foram encarregadas de retomar.

Foi uma das maiores saídas de civis de Mossul desde que as forças iraquianas, apoiadas pela coalizão liderada pelos EUA, lançaram pela primeira vez a operação em 17 de outubro para derrotar os militantes da cidade.

Desde então, quase 30 mil pessoas chegaram aos quatro principais campos, incluindo o de Hasan Shami, de acordo com o Ministério iraquiano da Imigração e Deslocamento, todos criados por organizações locais e internacionais de ajuda fora da cidade.

Muitos ainda são esperados. Estima-se que 1,5 milhão de civis ainda estejam em Mossul, segundo cálculos de autoridades militares iraquianas.

No entanto, o campo de refugiados já está sentindo a tensão por causa do grande número de pessoas. “É um caos aqui”, disse Sadiq Mohammad, gerente do acampamento Hasan Shami, que é administrado pela Fundação de Caridade local Barzani. “Nossa prioridade é dar a eles comida e abrigo, ninguém deve dormir sem isso”.

Fora do campo, forças de segurança e voluntários examinam os recém-chegados, a maioria mulheres e crianças, carregando cobertores, roupas e equipamento básico de cozinha.

Os niqabs, espécie de véu preto que deixa apenas os olhos de fora, estavam todos perdurados no arame enfarpado que cercava o acampamento, uma vez que eles foram descartados pelas mulheres que foram forçadas a usá-los sob o governo do Estado Islâmico.

Ao chegar no acampamento, uma mulher idosa caiu no chão e começou a chorar, lamentando seus quatro filhos que ela disse que foram mortos em Mossul quando um morteiro atingiu sua casa. Sua mão direita estava com ataduras, após ser ferida na explosão.

Em sua maior ofensiva em mais de dois anos, as forças iraquianas tem enfrentado dura resistência para recapturar a cidade de Mossul das mãos dos militantes do Estado Islâmico. Fonte: Dow Jones Newswires.

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