Força da ONU contesta versão do Líbano sobre confronto

A Unifil, força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no sul do Líbano, contestou hoje a versão do país sobre o motivo do confronto entre os exércitos libaneses e israelenses, ontem. O choque entre os países vizinhos teria ocorrido depois que forças israelenses começaram a cortar uma árvore na região fronteiriça, supostamente para melhorar o campo de visão. Os libaneses entenderam a medida como uma provocação e abriram fogo. O confronto matou um graduado militar israelense, dois soldados libaneses e um jornalista também libanês.

Hoje porém, a força de paz da ONU afirmou que a árvore pertencia a Israel. “A Unifil estabeleceu que as árvores que estão sendo cortadas pelo exército israelense estão localizadas ao sul da Linha Azul, no lado israelense”, disse o porta-voz da força de paz, tenente Naresh Bhatt. Ele acrescentou que as forças de paz estão investigando o confronto.

O Exército libanês e uma testemunha haviam dito que os soldados da ONU intervieram para pedir que o israelense parasse de cortar a árvore, mas ele se recusou. A Unifil não fez comentários sobre o fato. Cada um dos lados afirmava que a árvore estava em seu território.

Linha Azul

Hoje também, o Líbano reconheceu que a árvore estava ao sul de um limite oficial, determinado pela ONU e conhecido como Linha Azul, que separa os dois países. Esta linha foi desenhada em 2000 após o fim de duas décadas de ocupação israelense no sul do Líbano, iniciada em 1982. Porém, o ministro de Informação libanês, Tarek Mitri, disse que o país contesta a demarcação da Linha Azul em certas áreas, dentre elas a vila de Adeisseh, onde o confronto aconteceu, e disse que Israel agiu claramente de forma provocativa.

Israel disse que o anúncio da ONU confirma claramente sua versão dos fatos. “Nossa atividade de rotina ontem foi conduzida inteiramente ao sul da fronteira no lado israelense e o exército libanês abriu fogo sem qualquer provocação ou justificativa”, disse o porta-voz do governo Mark Regev.

Este foi um dos mais sérios confrontos desde a breve guerra entre Israel e o grupo libanês Hezbollah, em 2006. Foi também uma dura lembrança de como a fronteira continua instável, apesar de os dois lados tentarem, aparentemente, restaurar a paz.