Ex-general egípcio diz que não houve ordem para atirar

O general da polícia do Egito, Hussein Moussa, negou nesta segunda-feira que existissem ordens do governo para que policiais atirassem contra manifestantes durante as passeatas contra o ex-governante egípcio Hosni Mubarak, derrubado pela revolta popular em 11 de fevereiro. Moussa é julgado junto a outros cinco ex-funcionários graduados e ao próprio Mubarak. Todos são acusados de terem ordenado que policiais atirassem contra manifestantes na praça Tahrir e em outros lugares do Cairo. Pelo menos 850 pessoas foram mortas no Egito durante a revolta que levou ao fim o regime de Mubarak.

Os promotores tomaram hoje o depoimento de Moussa e esperavam esclarecer quem deu a ordem para a polícia atirar nos civis. Moussa afirmou que os policiais receberam a ordem de usar apenas bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes. Segundo ele, os policiais só atiraram com munição de verdade quando estavam em risco ou quando existiu o risco de que as delegacias fossem invadidas por manifestantes.

Moussa foi o primeiro dos ex-funcionários a ser ouvido, no julgamento que começou em 3 de agosto. Centenas de parentes dos civis mortos na revolta egípcia estavam do lado de fora do tribunal e ameaçaram invadir o prédio durante a audiência de Moussa. Eles estavam frustrados com a proibição de assistir à audiência.

Já na sala onde ocorreu a audiência, advogados que defendem Mubarak e os ex-funcionários saíram a murros com opositores, após um partidário de Mubarak levantar uma foto do ex-governante durante a sessão. Um dos serventuários tirou um sapato do pé e começou a agredir com sapatadas outra pessoa na sala, o que obrigou o juiz a suspender a sessão.

Como nas audiências anteriores, Mubarak, de 83 anos e doente, foi levado em uma cama de hospital ao tribunal, onde assistiu à sessão de dentro de uma jaula.

As informações são da Associated Press.

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