EUA se envolvem em disputa por ilhas asiáticas

O governo norte-americano se envolveu hoje nas complicadas disputas territoriais sobre algumas ilhas no sul do Mar da China, declarando que a resolução da questão é de “interesse nacional” dos Estados Unidos, medida que deve irritar a China. Durante um fórum de segurança regional no Vietnã, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que Washington preocupa-se com a possibilidade de os conflitos sobre a posse das ilhas Spratly e Paracel interferirem no comércio marítimo, dificultar o acesso às águas internacionais na região e prejudicar a lei da Organização das Nações Unidas (ONU) para águas marítimas.

“Os Estados Unidos apoiam o processo diplomático colaborativo de todos os requerentes para a resolução das várias disputas territoriais sem coerção. Nós nos opomos ao uso da ameaça ou da força por qualquer reclamante”, afirmou Hillary. Ela destacou que os EUA não apoiam a reclamação de nenhuma das nações a respeito das ilhas. Mesmo assim, as declarações devem irritar o governo chinês, que afirma ter soberania sobre o sul do Mar da China e insiste em lidar com a questão diretamente com os outros países, fora da arena internacional.

A secretária norte-americana disse que seu país quer trabalhar com todos os lados – China, Vietnã, Taiwan, Malásia, Brunei e Filipinas – para ajudar a negociar o fim das disputas. O Ministério de Relações Exteriores da China não comentou as declarações de Hillary, mas funcionários dos EUA presentes à reunião contaram que o chanceler chinês Yang Jiechi repetiu a antiga posição de Pequim de que as disputas não devem ser “internacionalizadas”.

Confrontos

Conflitos territoriais no sul do Mar da China já resultaram em confrontos armados, embora o governo chinês e outros países que reclamam a soberania as ilhas venham buscando resolver suas diferenças de forma pacífica, sob um código de conduta de 2002.

Forças chinesas tomaram as ilhas Paracels do Vietnã em 1974 e afundaram três embarcações vietnamitas em 1988 durante uma batalha naval. Os lados já demarcaram suas fronteiras marítimas. Além de áreas de pesca, acredita-se que a região tenha grandes reservas de petróleo e gás. O grupo de ilhas está no meio de movimentadas rotas marítimas que são um importante caminho para o transporte de petróleo e outros recursos que abastecem a crescente economia chinesa.

Voltar ao topo