EUA indicam que não reconhecerão eleição de Honduras

Os Estados Unidos indicaram ontem que não reconhecerão as eleições presidenciais de Honduras, marcadas para novembro, e formalizaram um corte de US$ 35 milhões em assistência ao país, que já havia sido suspensa. O anúncio foi feito após o encontro do presidente deposto Manuel Zelaya com a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, em Washington. Porém, o governo norte-americano manteve sua posição ambígua em relação a Zelaya e não declarou de forma taxativa que sua volta ao poder seja essencial para que a eleição hondurenha seja legítima. Tampouco classificou a destituição de Zelaya como um “golpe militar”.

Zelaya foi derrubado em 28 de junho, quando foi posto por militares em um avião e mandado, ainda de pijama, para a Costa Rica. O governo de facto, liderado por Roberto Micheletti, tem rejeitado as propostas de mediação do presidente da Costa Rica, Oscar Arias, endossadas pelos EUA. As propostas pedem o retorno de Zelaya, entre outras exigências.

No comunicado do Departamento de Estado, o porta-voz Ian Kelly afirma que “neste momento, não poderíamos apoiar o resultado das eleições marcadas”. Depois, questionado se a volta de Zelaya era condição inegociável para que a eleição fosse considerada legítima, um alto funcionário do governo tergiversou. “A frase da declaração foi muito estudada, nós dizemos que, no momento, não poderíamos apoiar a eleição. Não se trata da defesa do presidente Zelaya, mas da democracia na região.”