Escola prioriza a Educação Ambiental

Antigamente os homens faziam a guerra para conquistar terras. Do jeito que a coisa vai, não demora muito e os homens vão guerrear por um pouquinho de água… (A água nossa de cada dia. Sanepar-Companhia de Saneamento do Paraná. Governo do Paraná, 2005)

Entre os dias 3 e 10 de junho de 2005, diretoras e professores do Colégio Estadual Ângela Sandri Teixeira, em Almirante Tamandaré-PR, estimularam a pesquisa e promoveram palestras sobre Educação Ambiental para os estudantes do Ensino Médio, turno matutino.

Os geólogos João H. Pereira e Kátia C. Nakandakare e o engenheiro civil Paulo Raffo, representantes da Sanepar, disseram que a qualidade da água está boa, mas os indivíduos devem colaborar. Como? Cuidando dos rios.

O homem não vive sem água e, principalmente, não consegue viver sem água limpa. No Brasil a água é abundante. Só a Bacia Amazônica possui um sexto da água disponível em nosso planeta. Porém, alguns rios morreram por falta de consciência ecológica: certos afluentes do Rio São Francisco estão secos para sempre; nas bacias do Jequitinhonha, do Paraíba do Sul e do rio Doce, e em tantos outros Rios, a água disponível para consumo é menos da metade que havia 50 anos atrás.

Os técnicos da Sanepar alertaram para que não se jogue lixo na rua porque vai parar nos rios, nos mares, nos lagos e polui o meio ambiente. O quadro acima explicita o tempo de demora para decomposição do lixo.     

Marcos Schneider, geógrafo, especialista em Geoprocessamento e Geografia Ambiental mencionou: ?A preocupação com a preservação ambiental. na atualidade é um dos principais objetivos da sociedade mundial. Infelizmente esta preocupação só foi tomada a partir do momento em que grande parte da população percebeu a escassez dos recursos naturais, proveniente do crescimento desenfreado das grandes cidades e da falta de conscientização ambiental e social de grande parte da população?.

Segundo Schneider, a sociedade ainda não percebeu que a Educação Ambiental não é apenas a preservação da fauna e da flora, mas o desenvolvimento populacional com base na igualdade social e na preservação ambiental, buscando como ideal de crescimento o desenvolvimento sustentável.

A Educação Ambiental por si só não resolverá os complexos problemas ambientais planetários. No entanto, ela pode influenciar decisivamente na formação de cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres, atuantes em suas comunidades e conhecedores da problemática global. ?Os problemas sociais e ambientais mundiais foram criados por homens e mulheres e deles virão as soluções. Essas não serão obras de gênios, políticos ou tecnocratas, mas da sociedade mundial consciente?, enfatizou o geógrafo.

Com relação ao Aqüífero Karst (região de relevo modelado em rochas sedimentares e metassedimentares, sensíveis à dissolução sobre calcário), Marcos Schneider ressaltou a sua formação geológica, que tem como características a fragilidade físico-geológica e o agravante socioambiental dos municípios que estão localizados sobre o Karst (Almirante Tamandaré é um exemplo), mas em compensação, com base nesta formação, a condutividade hidráulica e conseqüentemente a qualidade da água subterrânea é excelente para abastecimento público, desde que seja explorada de forma adequada, considerando o crescimento populacional, o meio ambiente e a localidade física a ser explorada (construção de poços artesianos) nestes municípios.

Jorge Antonio de Queiroz e Silva é pesquisador, historiador, professor. Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.

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