Em um mês, dois mil civis morreram em guerra no Sri Lanka

As mortes de civis na guerra civil do Sri Lanka explodiram nos últimos dois meses, afirmou nesta sexta-feira (20) o grupo de direitos humanos Human Rights Watch (HRW). As forças do governo disparam indiscriminadamente pelo norte do país, enquanto o Exército de Libertação dos Tigres do Tamil Eelam (LTTE) ataca famílias que tentam fugir, alerta a entidade. Segundo monitores independentes, foram mortos 2 mil civis no último mês e outros 5 mil ficaram feridos. O HRW, sediado em Nova York, pediu aos dois lados que parem com o “assassinato de civis”.

As críticas ocorrem no momento em que John Holmes, principal funcionário humanitário da Organização das Nações Unidas (ONU), visitou o país, em meio à preocupação com o destino da minoria tâmil no norte do Sri Lanka. Ontem, Holmes pediu que os dois lados evitem a morte de civis. Ele fez hoje um tour pelos campos de desabrigados próximos da zona de guerra.

O governo nega qualquer responsabilidade pela morte de civis em sua luta para destruir o LTTE, em uma guerra civil que já dura 25 anos. Nos últimos meses, o Exército nacional deixou os rebeldes controlando apenas uma estreita faixa no nordeste do país. Porém dezenas de milhares de civis também estão presos na mesma área.

Funcionários do setor de saúde e testemunhas acusam o governo de lançar ataques em áreas cheias de civis. Também há acusações contra os rebeldes, que disparam contra civis que tentam fugir da zona de conflito. A violência levou a um “aumento dramático” nas mortes de civis, aponta o HRW em relatório divulgado hoje. O grupo acusou os dois lados de crimes de guerra.

Entidades humanitárias estimam que 200 mil pessoas permaneçam presas em meio à violência na zona de confrontos. O governo afirma que há menos de 100 mil civis ali e mais de 30 mil deles fugiram nas últimas semanas. O LTTE luta desde 1983 por um território independente para a minoria tâmil, após décadas de marginalização pela maioria cingalesa. Mais de 70 mil pessoas já morreram nesse conflito.

Voltar ao topo