Tribunal Penal Internacional

Em tribunal, ex-general Mladic diz que defendia seu país

O ex-general servo-bósnio Ratko Mladic, acusado de orquestrar o massacre de 8 mil muçulmanos na Guerra da Bósnia (1992-95), afirmou hoje no Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex-Iugoslávia que é um “homem gravemente enfermo”. Mladic não quis se pronunciar sobre as “repugnantes acusações” de crimes de guerra contra ele, mas afirmou no início da audiência que “estava defendendo meu povo e meu país”.

O principal juiz da sessão, Alphons Orie, perguntou ao réu se ele compreendia seus direitos. Mladic respondeu que estava gravemente doente e disse que precisava de mais tempo para entender as acusações. A família de Mladic disse esta semana que o ex-general havia sofrido dois ataques cardíacos, quando vivia como fugitivo. Aparentemente, ele não conseguia utilizar sua mão direita e tinha a voz um pouco arrastada. Os guardas tiveram de ajudá-lo a colocar um fone para escutar a tradução simultânea da sessão em sérvio.

Orie leu um resumo da acusação de 11 páginas e marcou a próxima audiência do caso para 4 de julho. Se Mladic seguir se negando a declarar-se culpado ou inocente, o tribunal deve apresentar uma declaração de inocência em seu nome.

Mladic viveu 16 anos como fugitivo, acusado por crimes de guerra e genocídio. Hoje, familiares de vítimas se reuniram na entrada do tribunal para acompanhar o caso. Algumas vítimas temem que Mladic, de 69 anos, esteja doente demais para um longo julgamento.

Axel Hageldoorn, advogado que representa as vítimas, disse que “é um grande alívio que finalmente ele tenha sido levado ao tribunal”. Mas ponderou que “estamos um pouco preocupados de que ele esteja demasiado doente para prosseguir com o julgamento até o final e que não haja um veredicto”. As informações são da Associated Press.