Em reunião com diplomatas, Assad admite ‘erros’

O presidente da Síria, Bashar Assad, admitiu nesta quarta-feira que “alguns erros” foram cometidos pelas forças de segurança sob seu comando durante a repressão aos protestos ocorridos no país ao longo dos últimos meses. A admissão foi feita durante encontro com uma delegação integrada por altos diplomatas de Brasil, Índia e África do Sul, segundo nota divulgada pelos países, que integram o Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Os vice-ministros das Relações Exteriores dos três países foram recebidos hoje em Damasco por Assad e por seu chanceler, Walid Muallem. Segundo comunicado divulgado logo depois do encontro, os diplomatas pediram “o fim imediato de toda a violência”.

Assad “admitiu que alguns erros foram cometidos pelas forças de segurança no estágio inicial do levante e que foram tomadas medidas destinadas a impedir sua reincidência”, diz a nota, divulgada na sede da ONU pela missão indiana na entidade.

Grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que mais de 2.000 pessoas morreram na repressão aos protestos iniciados em meados de março, apesar de não haver meios de confirmação independente das cifras. Mais mortes foram divulgadas hoje, enquanto Assad e seu chanceler recebiam os diplomatas estrangeiros.

O presidente sírio “reafirmou à delegação seu comprometimento com o processo de reformas, direcionado ao desenvolvimento de uma democracia multipartidária”. Ainda de acordo com a nota, Assad “disse que as reformas políticas estão sendo finalizadas em consultas com o povo da Síria e que o diálogo nacional continuaria a dar forma a novas leis e a desenvolver um modelo adequado para a economia”. A intenção de Assad seria concluir as revisões constitucionais entre fevereiro e março de 2012.

Brasil, Índia e África do Sul encontram-se entre os integrantes do CS da ONU que resistem à pressão dos Estados Unidos e da Europa para que medidas mais drásticas sejam adotadas contra a Síria no âmbito da entidade. Na semana passada, uma condenação da presidência do CS da ONU à violência na Síria foi aprovada mediante consenso. As informações são da Dow Jones.