Em discurso, Mubarak diz que não tentará reeleição

O presidente do Egito, Hosni Mubarak, disse em discurso transmitido pela televisão estatal de seu país que não vai concorrer a um sexto mandato na eleição presidencial de setembro. Mubarak, de 82 anos, está no poder desde 1981 e é um dos principais aliados dos EUA e de Israel no mundo árabe.

O discurso foi feito ao fim do dia em que aconteceram as maiores manifestações de protesto contra o regime de Mubarak desde o início da turbulência política, há oito dias. O número de manifestantes no Cairo hoje foi estimado em mais de 1 milhão pela Al Jazeera (e em 250 mil pela Associated Press), apesar de o governo ter bloqueado as rodovias que levam à capital e da suspensão dos serviços ferroviários.

“Passei tempo suficiente servindo ao Egito”, disse Mubarak, em seu discurso. Ele afirmou que vai trabalhar nos próximos meses para assegurar uma transição pacífica do poder e que caberá ao novo governo responder às reivindicações da juventude egípcia. O presidente disse ainda que morrerá no Egito, contrariando expectativas de que ele deixaria o país – como fez o presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, que fugiu para a Arábia Saudita quando seu governo foi derrubado por uma revolução popular, no mês passado.

Na praça Tahrir, no Cairo, os manifestantes, ainda reunidos à noite, apesar do toque de recolher, acompanharam o discurso de Mubarak em um telão e reagiram com vaias. A organização de oposição Irmandade Muçulmana reagiu ao discurso dizendo que a oferta do presidente não é suficiente e que os protestos vão continuar até que ele renuncie.

“Ninguém está satisfeito. Ele e seu sistema fracassaram e o povo não quer que ele e seus colegas continuem. Ele tem de sair”, disse Mohammed Morsey, um porta-voz da Irmandade Muçulmana. As informações são da Dow Jones.

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