Em convenção, Fatah diz que buscará a paz com Israel

No esboço do programa do partido a ser discutido em sua primeira convenção em 20 anos, hoje, na Cisjordânia, o movimento laico Fatah diz que continuará buscando a paz com Israel, mas se reservando ao direito de resistir à ocupação. O Fatah pede o total congelamento dos assentamentos judaicos antes das conversações para um acordo final de paz. O novo programa será apresentado a 2.200 delegados para votação.

O documento de 41 páginas, divulgado ontem, é uma revisão do programa aprovado na primeira convenção do partido, em 1989, em Túnis. Ele reflete os dramáticos eventos do conflito palestino-israelense nesse período – o estabelecimento da Autoridade Palestina na Cisjordânia e Faixa de Gaza em 1994, dois levantes palestinos contra Israel, várias rodadas de conversações e a tomada do controle da Faixa de Gaza pelo grupo radical islâmico Hamas, rival do Fatah.

A comunidade internacional e Israel acompanharão com atenção os três dias da convenção, particularmente para saber se o Fatah continuará mesmo comprometido com as negociações. Os líderes do Fatah – de Yasser Arafat, morto em 2004, ao atual presidente palestino, Mahmoud Abbas – vêm negociando com Israel desde 1993. Mas o fracasso do Fatah em obter a criação de um Estado palestino e as acusações de corrupção deixaram o partido altamente desmoralizado.