Eleições em Israel devem fortalecer conservadorismo

Se as pesquisas se confirmarem, as eleições desta terça-feira (10) em Israel devem marcar uma grande guinada do país à direita. Pouco mais de 4,8 milhões de eleitores têm direito a ir às urnas para eleger o Legislativo que designará o novo primeiro-ministro. Dos quatro candidatos na frente das sondagens – e cujos partidos devem obter o maior número de cadeiras no Parlamento – três são conservadores. Os favoritos são Binyamin “Bibi” Netanyahu, líder do partido de direita Likud, e Tzipi Livni que, apesar de ser do partido de centro Kadima, também é originária do Likud.

O terceiro na preferência do eleitorado é a grande surpresa dessas eleições: o imigrante russo ultranacionalista Avigdor Lieberman, do partido Israel Beiteinu (Israel Nossa Casa). Se as pesquisas se confirmarem, seu partido passará de 11 para 18 cadeiras no Parlamento (no total são 120) e qualquer um que vença a votação terá de conseguir seu apoio para formar um novo governo. Só na quarta colocação aparece um candidato de esquerda: o trabalhista Ehud Barak, atual ministro da Defesa.

Num cenário como esse, a escolha de hoje mudará radicalmente a cara do Oriente Médio nos próximos anos. O conflito com o grupo islâmico Hamas, que deixou 1.300 palestinos e 13 israelenses mortos, fez da segurança o tema dominante da campanha eleitoral. Estão em jogo no plano externo as negociações de paz com os palestinos e o mundo árabe, além das relações com o Irã. Internamente, a resolução das tensões entre a maioria judaica da população (75%) e a minoria árabe (20%), entre outras questões.