Cuba autoriza concessão de crédito ao setor privado

O governo de Cuba autorizou os bancos locais a oferecer crédito a produtores e trabalhadores independentes, medida que vai aprofundar as medida adotadas pelo presidente Raúl Castro de abrir mais espaço ao investimento privado.

O jornal oficial Granma informou hoje que o Conselho de Ministros aprovou “a política bancária e de crédito para pessoas físicas, que respalda a atualização do modelo econômico cubano”. Segundo o diário, a reunião do conselho ocorreu na última sexta-feira.

Entre as medidas adotadas pelo governo está a possibilidade de conceder empréstimos a agricultores que tomaram terras em usufruto ou para a compra de insumos para novas unidades varejistas autorizadas, além de conceder crédito também a trabalhadores independentes.

Em 2010, as autoridades lançaram medidas para dinamizar a economia da ilha e para tirá-la da estagnação, mas muitos analistas se perguntavam de onde sairia o financiamento para os novos trabalhadores e pequenos empresários. Na época, o governo também ordenou uma redução de 500 mil funcionários do setor estatal.

Raúl Castro disse, no ano passado, que a ideia era “atualizar” o modelo da ilha, sem que se perdesse seu caráter socialista, mas permitindo a abertura de um espaço maior para o setor privado, que durante décadas foi estigmatizado.

A política de concessão de crédito vai permitir “financiar o capital de trabalho e os investimentos mediante a compra de bens, insumos e equipamentos” ao setor privado, disse o Granma. Também estabelece que os trabalhadores independentes do Estado podem ser fornecedores do governo ou de entidades estatais por meio de “contrato entre as partes”.

Outros pontos discutidos na reunião do Conselho de Ministros foram o andamento de um programa para vender insumos sem subsídios aos agricultores, assim como o avanço da venda de produtos nos “quiosques”, ou pequenos pontos de venda situados nas ruas, que permitem a venda liberada de todo tipo de hortaliças e vegetais.

De acordo com o Granma também foi analisada a situação dos salões de beleza e barbearias que entraram num projeto experimental, no qual os cabeleireiros fazem a gestão dos negócios e estabelecem os preços pelos serviços. As informações são da Associated Press.

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