Cristina sofre derrota, mas mantém maioria no Congresso

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e seu partido Frente pela Vitória (FPV), sofreram uma dura derrota nas eleições parlamentares realizadas ontem para renovar metade da Câmara dos Deputados, um terço do Senado e quase 400 cargos legislativos nas províncias e municípios. A FPV obteve 32% dos votos nacionais, um porcentual distante dos 54% que elegeram Cristina Kirchner há apenas dois anos. A oposição, fragmentada em vários partidos, reuniu 68% dos votos conforme resultados provisórios da Direção Nacional Eleitoral. O resultado sepulta a ideia oficial de promover uma reforma constitucional para permitir que a presidente dispute um terceiro mandato consecutivo em 2015.

Apesar da derrota, o governo conseguiu manter uma maioria apertada na Câmara dos Deputados, onde terá 130 dos 257 deputados, número suficiente para o quórum mínimo de 129 deputados. No Senado, o partido a FPV terá 40 das 72 cadeiras. Com o quorum garantido nas duas casas, o governo tem a capacidade de travar qualquer projeto da oposição. O governo perdeu nos cinco maiores e mais importantes distritos eleitorais, com destaque para a província de Buenos Aires, que representa 38% dos votos nacionais.

Nesta província, o candidato governista Martin Insaurralde obteve 31,8% dos votos, bem abaixo do anti-kirchnerista Sergio Massa, que conseguiu uma vitória expressiva com 43,6%. Ex-chefe de gabinete de Cristina, Massa foi governista até o início deste ano, mas resolveu fundar a Frente Renovadora como alternativa ao atual “modelo”. Com o resultado de ontem, Massa se posiciona como um forte presidenciável com capacidade de aglutinar votos peronistas e atrair kirchneristas.

As eleições marcam o início da campanha presidencial de 2015. E a largada foi dada pelo prefeito Maurício Macri (Proposta Republicada/PRO), de centro-direita, que realizou uma excelente votação por meio de seus candidatos que venceram as eleições em todas as categorias. Macri conseguiu eleger dois senadores e cinco deputados. Na festa de comemoração realizada ontem à noite, a juventude PRO exibiu camiseta com o slogam “Macri 2015”.

Em seu discurso, o prefeito antecipou que não fará aliança com nenhum ex-integrante do governo federal. A mensagem foi direta para Sérgio Massa e Daniel Scioli, o governador da província de Buenos Aires, candidato natural do kirchnerismo, cuja candidatura se complica com a entrada de Massa no cenário nacional.

Voltar ao topo