Cresce violência na Costa do Marfim em meio a crise política

Duas pessoas foram mortas por forças de segurança na principal cidade da Costa do Marfim neste sábado, com a intensificação da violência após a recusa do atual presidente, Laurent Gbagbo, em aceitar o resultado das eleições presidenciais da semana passada.

Segundo moradores do bairro de Port-Bouet, na capital Abidjã, forças de segurança abriram fogo durante confrontos entre partidários de Gbagbo e do líder da oposição, Alassane Ouattara.

O primeiro-ministro do país, Guillaume Soro, reconheceu neste sábado a vitória de Ouattara e colocou seu cargo à disposição. Enquanto isso, Gbagbo se preparava para ser oficialmente declarado presidente, apesar das pressões internacionais para que aceite a vitória do líder da oposição.

As pressões aumentaram depois que o presidente americano, Barack Obama, e seu colega francês, Nicolas Sarkozy, emitiram comunicados pedindo que ele aceite o resultado e deixe o caminho livre para Ouattara. “A comunidade internacional exigirá daqueles agem para contrariar o processo democrático e a vontade do eleitorado que assumam a responsabilidade por seus atos”, disse o presidente americano em comunicado.

Na sexta-feira o Conselho Constitucional do país declarou Gbagbo vencedor das eleições presidenciais, com 51,4% dos votos, contra 48,6% de Ouattara. No dia anterior, a comissão eleitoral do país havia declarado Ouattara vencedor do sufrágio.

Partidários de Gbagbo disseram na quinta-feira que a vitória de Ouattara foi uma “tentativa de golpe”. As fronteiras da Costa do Marfim foram fechadas na madrugada de sexta-feira e a programação da televisão e da rádio estatais foi tirada do ar. Aeroportos e portos foram fechados.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, deu seu apoio a Ouattara como o legítimo vencedor das eleições. O comunicado da ONU pede ao presidente Gbagbo, que governa o país desde o começo da década, a que “faça sua parte para o bem do país e coopere para uma transição política calma na Costa do Marfim”.

As tensões aumentaram ainda mais na noite da quarta-feira, após o assassinato de oito pessoas em um comitê eleitoral de Ouattara, na capital Abidjã.

A eleição, considerada livre e justa por observadores internacionais, tinha como objetivo restaurar a credibilidade após a guerra civil de 2002-2003, que dividiu em dois o maior produtor de cacau do mundo. A ONU ainda possui 7,5 mil soldados e 1,3 mil policiais no país africano, onde cumprem desde 2004 uma missão de paz. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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