Corte do gás russo se espalha pela Europa

A crise diplomática entre os governos da Rússia e da Ucrânia por causa do fornecimento de gás já prejudica a chegada do combustível à União Europeia. Na madrugada de terça-feira (6), o Kremlin ordenou o corte do fornecimento à Ucrânia, acusada de calote. Com isso, companhias da Hungria, Áustria, Sérvia e Bósnia viram o fluxo de gás russo em suas tubulações cair em até 100%, gerando risco de racionamento em meio ao inverno rigoroso. França, Itália e Alemanha também tiveram o fornecimento prejudicado.

Ameaçada, a Europa Ocidental reagiu, exigindo a retomada da negociação. A troca de acusações entre Moscou e Kiev começou há 10 dias por causa de uma dívida de US$ 2 bilhões não saldada entre a companhia ucraniana Naftagaz e a estatal russa Gazprom. Os dois países não chegam ao consenso sobre o novo custo do combustível, até aqui vendido de forma subsidiada à Ucrânia. As divergências tornaram a atual crise energética a mais grave desde o inverno de 2006, quando a Rússia também suspendeu o fornecimento de gás aos vizinhos.

Em Bruxelas, a reação foi imediata. Pela manhã, uma declaração conjunta dos 27 países membros foi enviada pela Comissão Europeia a Moscou e Kiev exigindo a retomada das negociações, sem tomar partido de nenhum lado. “O que está acontecendo é uma clara violação do que a Rússia e a Ucrânia haviam acertado em contrato com a UE”, afirmou o porta-voz de Energia, Ferran Taradellas. “Esta é uma crise europeia, que concerne os 27 membros.”

Embora os principais países do bloco estejam desenvolvendo uma política de independência energética em relação à Rússia, a Europa evita recriminar Moscou pelo conflito. A convicção de especialistas é de que ambos os lados são responsáveis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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