Conheça o perfil dos três principais candidados à presidência do Paraguai

Dos sete candidatos que aspiram à sucessão do atual presidente Nicanor Duarte Frutos, somente dois ou três possuem chances reais de subir ao Palácio de Lopez (sede do governo) após o pleito deste domingo (20).

O grande favorito é o ex-bispo Fernando Lugo, protagonista do atual cenário político que aponta para mudanças no país. Opositor do governo de Duarte Frutos, que atua pelo Partido Colorado, há seis décadas no poder, Lugo ganhou os holofotes do mundo ao liderar uma coalizão de centro-esquerda bastante "sui generis": a Aliança Patriótica para a Mudança (APC, em espanhol), agrupação de partidos e movimentos sociais que cobre desde os liberais até os comunistas.

Bispo dos pobres

Nascido em uma humilde família de San Pedro del Paraná (400 quilômetros ao sul de Assunção), Lugo completou seus estudos teológicos em Roma e ascendeu na hierarquia da Igreja Católica, até virar bispo da diocese local, que acabou levando-o à política.

Em fevereiro de 2007, o então bispo foi suspenso "a divinis" pelo Vaticano, logo depois de mandar uma carta à instituição católica comunicando sua decisão de entrar para a política. Hoje, com 56 anos, o ex-bispo de San Pedro é o candidato de maior sucesso no Paraguai e que poderá marcar a história do país ao vencer os colorados, há 61 anos no poder.

Por muito tempo foi simpatizante do Partido Colorado, mas ganhou a inimizade do grupo governista ao liderar, em março de 2006, uma manifestação popular de 40 mil pessoas contra a política de Nicanor Duarte Frutos. Daí surgiu seu apelido: "bispo dos pobres".

A partir de então, vários dirigentes colorados e homens públicos passaram a acusar Lugo incessantemente, sobretudo de ter protegido o grupo que seqüestrou e assassinou Cecilia Cubas, filha do ex-vice-presidente Raúl Cubas. Não faltaram também acusações de que o ex-bispo era favorável à política e às ajudas financeiras do presidente venezuelano Hugo Chávez.

Aposta colorada
 
Na tentativa de evitar a saída do governo, depois de 61 anos no poder, o Partido Colorado impôs a candidatura de Blanca Ovelar, julgando sua imagem como aquela de maior efeito para tentar barrar o opositor Lugo.

Ovelar já foi professora rural e também ex-ministra da Educação Pública. Emotiva, mas de aspecto sóbrio, a candidata colorada cresceu em uma família modesta e de fé católica. Casou-se aos 23 anos e tem três filhos.

Durante a campanha, Blanca Ovelar viajou muito pelo Paraguai, buscando convencer a população de que trará grandes mudanças no país, como comida e trabalho para todos os paraguaios.

Sua principal ambição é formar um trio de mulheres presidentes na América Latina, ao lado da chilena Michelle Bachelet e da argentina Cristina Kirchner.

General reformado
 
Ex-comandante-chefe do exército paraguaio, Lino Oviedo representa a terceira força política com alguma chance de sucesso nas votações de domingo. Acusado de ter participado da tentativa de golpe de Estado em 1996 contra o então presidente Juan Carlos Wasmosy, Oviedo foi condenado a dez anos de prisão, mas conseguiu exílio político na Argentina e no Brasil.

De volta ao Paraguai para cumprir a pena, Oviedo foi liberado no ano passado e seu processo foi anulado. Em três meses, o general passou de procurado da justiça a candidato pela União Nacional dos Cidadãos Éticos (Unace).

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