Companheiros bem exóticos!

Na hora de escolher um animalzinho de estimação, a maioria das pessoas opta por um cachorro, um gato, um coelho, uma ave ou mesmo um peixinho de aquário. O casal Wylleane de Medeiros e Michel Giovanella, de Curitiba, não é diferente. Eles são proprietários de dois simpáticos cãezinhos das raças schnauzer e lhasa apso. Entretanto, no pequeno apartamento em que vivem, no bairro Santa Quitéria, também criam uma jibóia, um lagarto e uma rã albina.

Os animais, que para muitos parecem excêntricos ou mesmo capazes de gerar arrepios, são a paixão do casal, que ainda pensa em adquirir mais uma cobra e uma iguana. ?A iguana será nossa próxima aquisição. Já estamos pesquisando e sabemos que ela custa cerca de R$ 2.100?, comenta Wylleane. ?Tanto eu quanto o Michel adoramos animais exóticos. Ter alguns deles é um sonho que estamos conseguindo realizar?.

A reação das pessoas diante dos animais costuma ser bastante variada. Segundo Wylleane, que é estudante, alguns querem tocar os bichos e tirar fotos. Outros, demonstram muito medo e sequer se aproximam. ?Tenho um vizinho, por exemplo, que tem pânico da jibóia. Minha mãe também fica horrorizada com os bichos, tanto que quando ela vem me visitar nunca posso soltá-los. Já alguns amigos gostam bastante e já estão acostumados?, afirma.

Algumas vezes, o casal leva a jibóia e o lagarto para passear e tomar sol. Nas ruas, também ouvem comentários bastante diferentes. Convivem tanto com a curiosidade quanto com o medo dos transeuntes. ?Tem gente que quase morre do coração quando vê nossos animais. Porém, eles são extremamente mansos e dóceis. Tanto eu quanto Michel já fomos mordidos pela jibóia, mas isso aconteceu no começo, quando ainda não sabíamos tratá-la direito e ela ainda não era acostumada com a gente. Hoje, ela não faz mal a ninguém e, assim como o lagarto e a rã, nos reconhece da mesma forma que os cachorros?.

Com exceção da rã, que não pode ser retirada da água, os animais muitas vezes são mantidos soltos dentro do apartamento. A estudante garante que eles não brigam e não fazem mal uns aos outros. Um dos cães, o lhasa apso, chega até mesmo a aceitar o lagarto preso por alguns momentos em suas costas. ?O lhasa fica solto com o lagarto tranqüilamente. O schnauzer já não é tão acostumado a isso, mas também nunca tivemos problema. Todos vivem em harmonia e nosso apartamento, embora seja pequeno, é suficiente para abrigar a todos?.

Wylleane garante que os animais não geram grandes gastos financeiros. Porém, afirma que eles necessitam de cuidados e atenção. ?Estudo no período da tarde. Por isso, passo todas as manhãs cuidando deles. Em relação a gastos financeiros, desembolsamos um pouco mais apenas com luz, pois precisamos manter os terrários do lagarto e da jibóia aquecidos?, finaliza.

Os répteis mantidos pelo casal foram adquiridos de criadouros autorizados pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), possuindo microchips de identificação sob a pele.

Lagarto da família ainda não tem nome

O lagarto mantido por Wylleane e Michel é um Teiú (Tupinambis merinae), que ocorre principalmente na região amazônica. O animal está com um ano de vida e cerca de vinte centímetros de comprimento, tendo custado R$ 800.

?Ainda não sabemos se o lagarto é macho ou fêmea. Por isso, não lhe demos um nome. Ele se alimenta uma ou duas vezes ao dia de grilos, carne moída e ovos e tem cálcio misturado na água que bebe ou em seus alimentos. É mantido em um terrário com temperatura média de 27ºC?, revela Wylleane.

Na natureza, o Teiú tem como habitat florestas, cerrados e ca-atingas. É considerado um dos maiores lagartos do Brasil, podendo atingir 140 centímetros de comprimento e pesar até cinco quilos. Em muitos lugares, é caçado por invadir galinheiros para se alimentar de ovos. (CV)

Rã vive o tempo todo dentro d?água

Já a rã albina é originária de Singapura, no continente asiático. O animal é considerado de fácil manutenção e pode ser mantido até mesmo dentro de uma bacia. Ele geralmente não precisa de controle de temperatura, nem de circulação de água, necessitando apenas que a mesma seja trocada periodicamente.

O anfíbio não sai de dentro d?água, embora vá à superfície para respirar. Pode ser mantido na companhia de peixes, mas desde que estes não sejam muito pequenos. Caso contrário, podem vir a ser predados. A alimentação da rã pode ser à base de ração de peixes, anfíbios e répteis. Na casa de Wylleane e Michel, o bichinho também recebe grilos uma vez ao dia. Estes são adquiridos pelo preço de R$ 3 a dúzia. A rã do casal é uma fêmea e é conhecida pelo nome de Mei. (CV)

Jibóia provoca calafrios em conhecidos

A jibóia é o bicho de estimação que geralmente mais provoca calafrios nas pessoas que cruzam com Wylleane e Michel em lugares públicos. O réptil, um macho que recebeu o nome de Dexter, está com um metro e meio de comprimento. Porém, pode chegar a medir três metros.

Assim como o lagarto, o animal deve ser mantido em um terrário com água fresca, para que possa se refrescar, e temperatura adequada e mantida através de aquecedor com termostato ou mesmo pedras aquecidas. A colocação de lâmpadas também é uma solução, mas os proprietários devem cuidar para que as cobras não se enrolem nas mesmas e acabem sendo vítimas de queimaduras.

O chão do terrário pode ser forrado com papel-toalha, folhas secas ao sol ou grama artificial. Como alimentação, devem ser fornecidos à jibóia hamsters ou ratinhos de laboratório. Répteis maiores também podem se alimentar de coelhos. As cobras não comem todos os dias e, depois da refeição, passam por um período de digestão, no qual permanecem bastante quietas e não devem ser incomodadas.

As jibóias comercializadas como animal de estimação não são venenosas. Entretanto, podem morder quando não acostumadas ao contato constante com seres humanos. Em caso de mordida, o local deve ser muito bem lavado com água e sabão. Se houverem complicações, um médico deve ser procurado.

Soltar as jibóias para que elas passeiem pela casa, como fazem Wylleane e Michel, é indicado. Entretanto, os donos devem ter cuidado para que o bicho não tenha acesso a ralos, outros buracos e janelas, para não escapar. (CV)

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