Cingapura prende escritor britânico por difamação

O governo de Cingapura deteve ontem o escritor britânico Alan Shadrakeum como parte de uma investigação criminal sobre difamação relacionada ao livro do autor que trata da política de pena de morte da cidade-Estado. Shadrake foi a Cingapura para promover o livro “Once a Jolly Hangman: Singapore Justice in the Dock” (Um Carrasco Feliz: a Justiça de Cingapura no Banco dos Réus, em tradução livre).

A polícia informou que deteve Shadrake com base numa reclamação da Autoridade de Desenvolvimento de Mídia do governo e o estava investigando por outros crimes, mas não divulgou detalhes. O escritório geral da promotoria tenta acusá-lo por causa das afirmações feitas por Shadrake em seu livro, que, uma porta-voz que falou em condição de anonimato, critica a imparcialidade, a integridade e a independência do Judiciário.

As acusações contra o escritor serão apresentadas durante uma audiência judicial na Suprema Corte do país no dia 30 de julho. O advogado de Shadrake, M. Ravi, disse que a polícia ainda não permitiu que ele falasse com seu cliente e que nenhuma fiança foi estabelecida para sua libertação. Shadrake curou-se recentemente de um câncer de cólon, disse Ravi.

Difamação é um crime que pode ser punido com até dois anos de prisão em Cingapura. Um folheto promocional do livro diz que ele “desvenda a fachada do silêncio oficial para revelar verdades perturbadoras sobre o uso da pena de morte em Cingapura” e “revela a crueldade e imprudência de todo o sistema judicial”.

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