O chanceler chileno, Alejandro Foxley, afirmou nesta segunda-feira (5) que seu governo "apóia e sempre apoiará o princípio de integridade territorial da Bolívia como nação, assim como de qualquer outro país na América Latina".
"O Chile apóia a institucionalização democrática que há hoje em dia na Bolívia", disse Foxley. O governo boliviano, "foi estabelecido pela vontade soberana do povo", acrescentou.
As declarações chilenas foram feitas um dia após a realização do referendo sobre a autonomia departamental de Santa Cruz, na Bolívia, marcado por violentos conflitos entre oposição e governo, que considera a votação inconstitucional.
O chanceler aprovou também a decisão da Organização dos Estados Americanos (OEA) de "estimular o diálogo político entre as diferentes forças" internas na Bolívia, para que se "chegue a um acordo que permita a convivência pacífica e uma boa resolução das tensões existentes hoje".
Foxley informou que se reunirá com o chanceler boliviano, David Choquehuanca, e que a presidente chilena, Michelle Bachelet, fará o mesmo com seu par boliviano, Evo Morales, daqui a duas semanas em Lima, na reunião de cúpula entre países da América Latina e da União Européia (UE).
As relações entre Chile e Bolívia foram qualificadas como excelentes pelo chanceler chileno, que disse que anunciará "datas específicas para o avanço da construção da estrada bioceânica, aprovada pelos presidentes Lula, Morales e Bachelet há alguns meses em La Paz".
A rodovia bioceânica ligará o porto de Santos, no Atlântico, ao da cidade chilena de Arica, no Pacífico, passando pela Bolívia.
Entre os anúncios de Foxley estarão a habilitação do porto de Iquique, no Chile, para o recebimento de carga boliviana, bem como a habilitação de passagens fronteiriças entre os dois países e a licitação da ferrovia que vai de Arica a La Paz.