Cerca de 50 espécies de animais morrem por dia

Cerca de 50 espécies de animais morrem todos os dias devido à destruição das florestas tropicais provocada pelo estilo de vida dos países ricos. A denúncia foi feita por Norman Myers, cientista inglês e um dos maiores especialistas mundiais sobre biodiversidade, convidado a Roma pelo World Wildlife Fund (WWF) no recente Dia Mundial do Meio Ambiente.

“Além disso, existe a ameaça das mudanças climáticas, que colocam em perigo mais de 200 milhões de pessoas no mundo e provocam a migração das espécies vivas para os pólos”, disse o especialista, ganhador do prêmio Blue Planet.

Myers advertiu que na atualidade se assiste ao mais grave empobrecimento da abundância e da variedade da vida desde o desaparecimento dos dinossauros, há 65 milhões de anos. Para o especialista, “estamos perdendo dezenas de milhares de espécies a cada ano, com uma rapidez pelo menos mil vezes maior em relação ao passado. Desertificação, desmatamento e carência de água continuam causando guerras e refugiados, que são hoje cerca de 25 milhões e podem duplicar até 2010”.

Myers demonstrou que o índice de destruição das matas tropicais é duas vezes e meia maior do que o que se reconhece universalmente. As matas sofrem empobrecimento mais rapidamente que qualquer outra área ecológica.

“Madagascar perdeu mais de 90% da superfície florestal para plantações e terras de pastagem”, explicou Myers, que acusou as multinacionais por produzirem carne a baixo custo, na chamada “hamburger connection”.

O especialista individualizou as 25 áreas mais ricas de vida do planeta, que vão dos países equatoriais da América Central às florestas brasileiras, da área mediterrânea à costa ocidental africana, do Caribe à Califórnia, das Filipinas ao centro-sul da China.

“Mais de um terço das espécies de plantas terrestres e mais de dois quintos das espécies de vertebrados”, destacou Myers, “estão confinados em 25 localidades que representam apenas 1,4% das terras emersas do planeta, áreas onde essas espécies sofrem graves ameaças de extinção”.

Essas 25 áreas “poderiam ser protegidas com apenas US$ 500 milhões ao ano, uma vigésima parte do que os europeus gastam anualmente com sorvetes”, ressaltou o cientista.

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