Brasileira ajudou a esvaziar prédio após tremor em Lima

A brasileira Bárbara Rocha, que trabalha em uma companhia de seguros em Lima, capital do Peru, viveu momentos de apreensão na noite da última quarta-feira (15), quando eclodiu o terremoto que já vitimou mais de 450 pessoas. Embora a região sul tenha sido a mais afetada, também na capital foi sentido o tremor de terra. "Comecei a sentir o prédio tremendo. Estava no 16º andar e, como líder de segurança do meu andar, comecei a levar as pessoas para a escada para evacuar o prédio", conta.

Na capital, os tremores acentuados não duraram mais de dois minutos, de acordo com Bárbara. Mesmo assim os celulares perderam o sinal e ninguém conseguia se comunicar por telefone. "Nessa hora deu um desespero, mas quando permitiram que a gente retornasse ao prédio, pude ligar e falar com minha família pelo telefone fixo", lembra Bárbara.

Em Lima os prédios são preparados para resistir a tremores de terra e a população recebe instruções sobre como proceder nessas ocasiões. Isso ajudou a evitar um pânico generalizado na capital conta Bárbara. O terremoto, que destruiu grande parte das cidades de Ica e Pisco, no sul do país, provocou transtornos diversos aos moradores da capital. "O trânsito estava terrível. Em geral, demoro 15 minutos para ir do trabalho para a minha casa. Ontem, levei mais de uma hora", diz a brasileira.

Uma colega de empresa de Bárbara perdeu a mãe na tragédia. O presidente do Peru, Alan García, decretou luto, as escolas suspenderam as aulas e algumas empresas e casas comerciais não abriram as portas. Os médicos da rede pública do país, que haviam declarado início de greve para ontem agora trabalham para atender as vítimas da tragédia. García também ordenou que as clínicas e hospitais atendessem todos os feridos, incluindo aqueles que não possuíam planos de saúde. Hoje o clima de consternação ainda toma conta em todo o país. "Está complicado, as pessoas estão muito tristes e preocupadas. Dá para perceber que muitos estão abalados", conta Bárbara.

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