O sucesso do mercado de pet shop está relacionado diretamente ao aumento no número de animais de estimação, em especial cães e gatos. Segundo a mais recente pesquisa da Euromonitor, divulgada na revista Pet Internacional Magazine, o Brasil tem 30 milhões de cães, 12 milhões de gatos e 17 milhões de aves domesticadas servindo de companhia a humanos. E a tendência é aumentar.
A manutenção de cada um desses bichos de estimação custa, em média, R$ 390,00 por ano. A expectativa dos fabricantes de ração e produtos pet é dobrar esse valor em 5 anos e para isso as vendas de inverno são fundamentais. É nessa época que os donos gastam mais com seus animais de estimação.
?No inverno, os animais tendem a se alimentar mais e os donos preferem levar seus bichos para tomar banho em lojas especializadas, para evitar problemas de saúde relacionados ao frio?, explica o diretor-executivo da Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação (Anfal Pet), José Edson Galvão de França.
Segundo ele, o setor pode crescer em duas frentes: com os novos donos de animais de estimação e com os atuais que ainda não aderiram aos produtos especializados. ?De cada 100 animais domésticos existentes no País, apenas 40 têm acesso às ofertas desse mercado. Nos Estados Unidos, Europa e Japão, essa penetração é de 80%?, conta França.
Para chegar lá, uma das principais reivindicações das empresas do setor é enquadrar os alimentos para os animais domésticos na mesma alíquota da cesta básica, prática adotada por países da Europa e pelos Estados Unidos. ?Nos Estados Unidos, por exemplo, nos alimentos humanos e para animais, os impostos são iguais e não superiores a 7,5%. Na Europa, a maior taxa é a da Alemanha, que não ultrapassa 18%. Aqui os impostos representam 49% porque pet food é considerado alimento supérfluo?, observa.
Em 2005, foram produzidos 1,562 milhão de toneladas de alimentos para cães e gatos, totalizando um faturamento de US$ 1,866 bilhão.
Em expansão
Segundo dados da Associação Brasileira do Mercado Animal (Abma) o segmento de produtos para animais de pequeno porte movimenta, anualmente, cerca de R$ 14 bilhões. O Brasil é hoje líder latino-americano e segundo país em âmbito mundial quando se fala em mercado pet. O setor, que emprega cerca de 23 mil pessoas, cresce, em média, 10% ao ano e estima-se que esse crescimento se mantenha nos próximos 15 anos.
A Anfal Pet estima que até o final do ano o número de cães no País chegará a 30,5 milhões, incremento de 5,1% em relação a 2005, que totalizou 29 milhões desses animais. O total de gatos atingirá 14,3 milhões, 10% a mais do que os 13 milhões registrados em 2005.
O crescimento total do setor em 2005 foi de 10,8% ante o ano anterior, sendo 8% dessa expansão motivados pela área de pet food, 2% pela de saúde animal e 0,8% por serviços (como consultas veterinárias, vacinação, tosa e banhos em pet shops e clínicas especializadas) e produtos.
Que cheirinho bom!
Cachorros e gatos podem tomar banho uma vez por semana. Nas raças de pêlos longos é importante que o banho seja complementado com escovações freqüentes – no mínimo duas vezes por semana. A dica fez parte do curso de estética pet que aconteceu em julho, em Curitiba. O esteticista canino, Sérgio Villsanti, e o esteticista felino, Gerson Alves ,ensinaram técnicas de banho e embelezamento para profissionais de pet shops.
Os dois indicam o uso de produtos neutros desenvolvidos para os bichos. Para quem dá banho em casa fica um alerta: nunca usar sabão de coco, que é alcalino e agressivo à pele do animal. No mais é usar água morna e não esquecer de proteger os ouvidos com bolas de algodão. Cães e gatos precisam ser secos, mas só a toalha não basta. Use o secador a 30 centímetros dos pêlos.
Shampoo & condicionador
Na hora de escolher o produto opção é que não falta. Shampoo neutro, para pêlos secos, para pêlos escuros, pele sensível, sem cheiro, perfumados, revitalizadores de cor, para filhotes, com ativos de frutas, flores ou árvores da Amazônia. Tem até shampoo de secagem rápida para ganhar tempo no pet shop. Os condicionadores seguem a mesma tendência dos produtos para humanos, garantindo pêlos brilhantes e desembaraçados. A diferença fica no preço: a linha pet é mais cara que a linha básica de humanos. Shampoos e condicionadores custam em média R$ 15,00 a unidade.
Para depois do banho há perfumes inspirados na colônia da Calvin Klein que custam R$ 53,00.
Bichinho bem na foto
Book fotográfico que já foi moda entre adolescentes, agora faz sucesso no mercado para pets. A idéia foi da Vimo, que depois de 20 anos trabalhando com modelos humanos montou um estúdio, em Curitiba, só para clicar as melhores poses dos bichos. O book, com cinco fotos 20 cm x 30 cm, custa R$ 200,00. Camiseta com a foto do melhor amigo custa R$ 40,00 e ainda há opção de pacotes que incluem fotos, camisetas, mouse pad e chaveiros.
?Pipi dog para cães?
Inconformada com a bagunça que a bichon frise fazia na casa, a funcionária pública gaúcha, Christiane Costa, criou o ?pipidolly?: um sanitário próprio para pequenos cachorros. As primeiras bandejas com grade acima do piso para conter o líquido e manter as patas do bicho secas fizeram sucesso entre as amigas. ?Eu comecei a vender quando ainda eram de madeira. Hoje, são de plástico e já estou exportando?, contou a empresária.
Ela montou a empresa há 7 anos e comemora a primeira exportação para os Estados Unidos. Os americanos gostaram da novidade que vem com um acessório para machos – uma placa de plástico que imita um hidrante e impede que o animal faça xixi na parede. O módulo, com 60 cm por 40cm, custa em média R$ 80,00 nas lojas especializadas.
De unhas feitas
Que tal brincar com seu gato sem cortar as unhas dele e não se arranhar? Já é possível. A Soft Claws é uma cápsula de vinil para cobrir a unha. Além de parecer que pintou as unhas evita arranhões de cães e gatos em pessoas, móveis e roupas.
A fixação é com cola que vem junto na caixa com 40 cápsulas. A novidade estava na feira por R$ 111,00. Tem vários tamanhos nas cores rosa, azul e incolor.
Chique no último!
Elas são bonitas como as bolsas das senhoras mais elegantes. São caras como as das mais abastadas, mas são bolsas pra pets – pra levar cachorros e gatos de pequeno porte. Os quatro modelos da Sherpa (marca americana de bolsas para transporte de animais) estavam na feira com preços que variavam de R$ 900,00 a R$ 1.200,00. Apesar de terem sido criadas para viagens de avião, trem ou carro elas não fazem feio num passeio ao shopping.
Amor toda prova
O sucesso da primeira feira pet de Curitiba surpreendeu organizadores e expositores. ?A gente queria aparecer porque só temos 4 meses e não esperávamos esse retorno financeiro?, conta Christian Sampaio, representante da Eco Dog, empresa que usa extratos naturais na fabricação de produtos de higiene para animais de estimação.
Em uma tarde de feira eles venderam R$ 1 mil. Até o final da feira – que foi de 27 a 29 de julho – fecharam com faturamento de R$ 4 mil e esperavam mais o triplo disso em vendas futuras. ?Quando se participa de uma feira, o forte são as vendas futuras alavancadas por contatos que surgiram aqui?, explica o organizador, Ademar Pahl, que não escondia a alegria pelo sucesso da empreitada.
Apaixonado por seus animais de estimação – dois poodles de 8 e 4 anos – o empresário apostou num mercado em ascensão.
?A gente conhece os números. Sabe que esse mercado cresce 10% ao ano e que no Brasil ainda há muito espaço, mas admito que fui influenciado pelo carinho que tenho pelos meus bichos. Eu queria conhecer as novidades sem ter que ir a São Paulo e estou surpreso com o que já tem por aqui ?, contou Pahl.
Entre os 30 estandes da feira havia o de bijuterias, de sanitários, agências de viagens, estúdios fotográficos, roupas, maquiagem, protetor solar, perfumes, comida e até coleira para evitar latidos. Uma infinidade de produtos desenvolvidos para os animais de estimação que nos últimos dez anos ganharam o status de membro da família, com direito a muitos mimos.
| João de Noronha |
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| Sampaio vende produtos de higiene para animais. |
De acordo com a Associação Brasileira do Mercado Animal (Abma), 63% dos brasileiros dizem aos seus bichinhos, pelo menos uma vez ao dia, que os amam. A Abma divulga outro dado que anima os empresários do setor: 67% deles compram presentes para seus animais de estimação pelo menos no dia do aniversário. Para esse público novidade é que não falta.
Coleira impede latido
Smart é o nome da coleira que promete acabar com os latidos inconvenientes dos cães sem machucá-los.
A coleira tem um dispositivo eletrônico que grava o latido do cão e utiliza um apito sonoro de baixa frequência para treiná-lo. O som será ouvido pelo cachorro nas próximas latidas e como incomoda ele deixará de fazer barulho, segundo o fabricante. A coleira é fabricada pela Amicus e está à venda por R$ 160,00. Funciona com bateria.
Tal cão, tal dona, nos enfeites
Há dois anos e meio a publicitária, Giane Grazina Lemos, resolveu investir em um mercado diferente: o de bijouterias para animais de estimação. ?Era um hobby que virou algo sério. Hoje vendo para os cachorros e para as donas deles?, conta Giane, mostrando coleiras de strass, usadas pelas duas espécies.
As peças da Jolly Pet estão à venda nas lojas que atendem animais de estimação com preços a partir de R$ 18,00.
Almofada com carinho
Para auxiliar o filhote a se adaptar ao novo lar já existe até uma almofada no formato de coração, que simula o batimento cardíaco da mãe por 30 minutos, controlados por timer.
A intenção é transmitir a sensação de aconchego para os cães. Disponível nas cores rosa e azul a comfort Heart custa em média R$ 90,00.
?Academia? animal
Equipamentos para a prática de exercícios em lugares fechados era coisa de academia para humanos, mas já existe até esteira para cães entrarem em forma. O modelo Agroforma Dog tem painel digital para marcar tempo, velocidade, distância e calorias. Custa R$ 1950,00.