Bolívia liberta indígenas envolvidos em manifestação

A polícia boliviana libertou as centenas de indígenas que haviam sido detidos durante uma manifestação contra a construção de uma estrada no meio da floresta amazônica. A repressão ao protestos dos indígenas no domingo provocou, nesta segunda-feira, a renúncia da ministra da Defesa da Bolívia, Cecilia Chacón.

O ministro do Interior Sacha Llorenti, disse em coletiva de imprensa que a polícia decidiu libertar os prisioneiros hoje depois de centenas de moradores locais terem bloqueado a pista do aeroporto para impedir as autoridades de enviar os prisioneiros para fora da cidade. Segundo Llorenti, a decisão foi tomada para “evitar confrontos”.

Cerca de centenas de manifestantes levantaram barricadas nos acessos à pista para evitar que os aviões aterrissassem e decolassem. No domingo, a polícia interrompeu à força a manifestação de cerca de 1.000 indígenas, ação considerara por muitos como desnecessariamente violenta e que levou à demissão da ministra da Defesa.

A polícia deteve centenas de indígenas armados com arcos e flechas e os colocou em ônibus com o objetivo de levá-los para suas aldeias, mas a caravana foi impedida por moradores de uma localidade vizinha, que colocaram barreiras incendiárias na estrada. Quando tentaram chegar ao aeroporto de Rurrenabaque para embarcar os detidos, os policiais viram que a pista estava tomada por pessoas, informou um repórter da AP.

Os indígenas iniciaram, em 15 de agosto, uma caminhada para protestar contra a construção da estrada, que atravessará uma rica reserva ecológica, mas a marcha foi interrompida nas proximidades de Rurrenabaque com a presença policial e a manifestação de camponeses leais ao presidente, que realizaram uma barreira para interromper a marcha.

Segundo Llorenti, a polícia “retirou os manifestantes para garantir sua segurança e integridade física” pois havia a possibilidade de choques com camponeses que estavam a meio quilômetro de distância.

Ele disse que segundo a polícia não há mortos nem crianças desaparecidas, o que contrasta com as informações dos indígenas, que afirmam que um menino morreu e sete crianças estão desaparecidas. Crianças pequenas, mulheres e idosos participaram da manifestação. As informações são da Associated Press.

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