Aumenta pressão por renúncia de Yukio Hatoyama

Membros do governista Partido Democrático do Japão (PDJ) aumentaram a pressão pela renúncia do primeiro-ministro, Yukio Hatoyama. Os pedidos mais fortes partiram de membros da Câmara Alta do Parlamento japonês que pertencem ao partido de Hatoyama e temem perder seus assentos nas eleições previstas para 11 de julho. Os níveis de aprovação do governo chegaram a fortes baixas perto do período das eleições nacionais previstas para o próximo mês, segundo informações do Wall Street Journal.

Entre os críticos proeminentes do governo está Azuma Koshiishi, que encabeça o grupo do PDJ na Câmara Alta, e Shokichi Kina, membro do PDJ na Câmara Alta que representa a região de Okinawa. “Cabe ao primeiro-ministro Hatoyama decidir qual é a melhor coisa a fazer para reverter esta situação tão difícil”, disse outro crítico, Yoshimitsu Takashima, representante sênior do partido e membro da Câmara Alta.

Em uma pesquisa do Yomiuri Shimbun, jornal conservador japonês, apenas 14% dos participantes disseram que apoiariam o PDJ nas eleições nacionais, comparado ao apoio de 19% para o Partido Liberal Democrático (PLD), principal partido de oposição. Atualmente, o PDJ mantém a maioria na Câmara Alta, com pequena diferença.

Os líderes do opositor PLD também pediram a renúncia de Hatoyama e estão preparando uma notificação para expulsá-lo do gabinete, apesar da medida ter pouca chance de ser aprovada pelo Parlamento, controlado pelo PDJ. Hoje, Hatoyama repetiu sua intenção de ficar no cargo. “Os eleitores escolheram nosso novo governo para implementar mudanças políticas amplas”, ele disse. “Pretendo continuar trabalhando para atingir esta meta”.

Crise

Pesquisas divulgadas esta semana mostraram que o apoio ao governo de Hatoyama caiu para cerca de 20%, comparado aos níveis acima de 70% registrados em setembro, depois que ele voltou atrás, no mês passado, em uma promessa de realocar tropas norte-americanas estacionadas na ilha japonesa de Okinawa. A decisão sobre a base levou à perda de um parceiro político de coalizão para o governo.

Com grande maioria na Câmara Baixa do Parlamento, que detém mais poder em relação ao orçamento nacional, o PDJ, de centro-esquerda, vai continuar no governo pelo menos até as próximas eleições gerais, em 2013. Nas eleições de julho, metade dos 242 assentos da Câmara Alta serão trocados. Dos 122 assentos do PDJ, 56 estarão em jogo.

Pressão

Os pedidos de renúncia do partido de Hatoyama surgiram esta semana, depois de algum tempo sem vir à tona, com a dificuldade do primeiro-ministro em resolver a questão sobre Okinawa. Antes do prazo que vencia no fim de maio, o Japão cedeu às demandas dos Estados Unidos para manter um acordo assinado com o governo anterior, com pequenas modificações. Hatoyama, que havia prometido previamente renegociar o acordo, falhou em obter consenso com comunidades locais em Okinawa ou do Partido Social Democrata, um dos pequenos parceiros de coalizão com o PDJ.

O impasse levou à saída dos sociais democratas da coalizão, uma mudança que poderá atrapalhar os esforços do legislativo do PDJ nas próximas semanas. Enquanto o PDJ e outro parceiro da coalizão juntos detêm pequena maioria na câmara alta, algumas políticas-chave poderiam ser rejeitadas sem a ajuda do Partido Social Democrata. Isto porque o PDJ não tem maioria em alguns comitês importantes do Parlamento. As informações são da Dow Jones.

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