Ataque com míssil dos Estados Unidos no Paquistão não foi avisado

O Paquistão afirmou nesta quinta-feira (18) que não foi avisado sobre um ataque com mísseis, supostamente realizado ontem pelos Estados Unidos, no noroeste do país. As operações norte-americanas dentro das fronteiras do Paquistão aumentaram nos últimos tempos, causando descontentamento entre os paquistaneses. O primeiro-ministro paquistanês, Yousaf Raza Gilani, reiterou hoje que seu país é contrário às operações do tipo. Os países mantêm uma aliança de sete anos na luta contra o terror.

A embaixada dos EUA divulgou uma declaração do almirante Mike Mullen no Paquistão, reiterando o compromisso dos Estados Unidos com a soberania paquistanesa e com a cooperação dos países em ações de segurança, entre outras. Washington demonstra há tempos preocupação com o uso pelo Taleban e pela Al-Qaeda de áreas tribais na fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão como bases para ataques às forças norte-americanas e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em território afegão.

Uma série de ataques com mísseis, bem como uma operação por terra, deram mostras da impaciência dos EUA com os poucos resultados obtidos pelos paquistaneses na região. O Paquistão insiste que tem feito todo o possível para combater os extremistas. O país sustenta que os ataques unilaterais apenas aprofundarão a simpatia tribal pelos militantes.

Em meio às divergências, o presidente dos EUA, George W. Bush, e seu colega paquistanês, Asif Ali Zardari, se encontrarão na terça-feira, em Nova York, durante a Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O anúncio da reunião foi feito hoje pela porta-voz da Casa Branca, Dana Perino.