Argentinos votam com máscaras para se protegeram da gripe

Os argentinos vão às urnas em meio às medidas de prevenção e higiene por causa da rápida propagação do vírus da gripe suína no país. Em muitas das mesas na província de Buenos Aires e na capital federal, onde são registrados os maiores números de contágios e mortes, os mesários estão usando máscaras e luvas de látex. Vários frascos de álcool em gel estão espalhados pelas mesas e muitos eleitores usam máscaras.

Quando o candidato a deputado pela Província de Buenos Aires (que não inclui a cidade do mesmo nome, a capital federal), Francisco De Narváez, da coligação Unión-Pro, principal rival do ex-presidente Néstor Kirchner, que também disputa uma vaga de deputado, foi votar, algumas eleitoras tiraram a máscara para cumprimentá-lo com beijos. De Narváez foi o candidato que mais recebeu cumprimentos, abraços e beijos dos eleitores, que não demonstraram preocupação com a gripe, pelo menos naquele instante.

Definida por De Narváez, como “uma festa da democracia”, as eleições argentinas se transformaram na principal preocupação das autoridades sanitárias. Com 26 mortes informadas oficialmente até o momento e quase 1.600 contágios confirmados pela doença, o secretário de Saúde da Província de Buenos Aires, Claudio Zin, confirmou, durante entrevista à imprensa, que existe a possibilidade de decretar emergência sanitária a partir de amanhã. Se a medida for confirmada, os locais públicos, como cinemas, teatros, restaurantes, shopping e outros, serão fechados por um período determinado, como ocorreu no México.

Muitos especialistas do país opinam que a emergência sanitária já tinha de ter sido decretada para interromper a velocidade da propagação do vírus da gripe suína e dar tempo para que as autoridades se preparem melhor para enfrentar a doença. “A emergência sanitária é uma ferramenta que serve para tomar decisões rápidas no que diz respeito ao atendimento dos pacientes”, explicou Zin. Segundo ele, não significa que todos os lugares vão ser fechados e por muito tempo. “A emergência é um marco de referência para poder comprar insumos e mobilizar pessoal, como médicos aposentados, residentes e estudantes de último ano de medicina”, explicou.