Após ataque, ONU retira 600 funcionários do Afeganistão

A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou hoje que cerca de 600 funcionários estrangeiros, de um total de 1.100, serão temporariamente retirados do Afeganistão, disse Dan McNorton, porta-voz da entidade, à AFP em Cabul. “As únicas pessoas que permanecerão executam tarefas consideradas essenciais. A medida visa a assegurar a segurança de todo o nosso pessoal no Afeganistão.” Segundo ele, a retirada teria início imediato e caráter temporário.

A decisão vem à tona pouco mais de uma semana depois de um mortífero ataque da milícia fundamentalista islâmica Taleban a uma casa onde estavam hospedados trabalhadores da ONU. A entidade diz, no entanto, que não tem planos de abandonar o Afeganistão, onde cerca de 100.000 soldados estrangeiros, liderados pelos Estados Unidos há oito anos, combatem grupos insurgentes islâmicos.

A ONU mantém cerca de 5.600 funcionários no Afeganistão, cerca de 80% dos quais são afegãos. A retirada afetará 12% do pessoal da entidade no país asiático. A medida será reavaliada regularmente e a expectativa é a de que a situação perdure “por algumas semanas, enquanto medidas adicionais de segurança são colocadas em vigor”, disse McNorton.

Por meio de nota, a ONU se declarou “plenamente comprometida em ajudar todo o povo do Afeganistão, como tem acontecido há mais de meio século”. Ainda de acordo com o comunicado, a entidade promete se empenhar para reduzir ao máximo o impacto da retirada sobre suas atividades “enquanto são adotadas medidas adicionais de segurança”.

Atentado

O anúncio ocorre oito dias depois de militantes suicidas do Taleban terem atacado um alojamento em Cabul. Cinco funcionários da ONU morreram no episódio. O diplomata norueguês Kai Eide, chefe da missão da entidade no Afeganistão, negou a interpretação de que a retirada de parte dos funcionários estrangeiros equivaleria a abandonar o país.

“Nós não estamos nos retirando e não vamos nos retirar”, afirmou. “O que a ONU está fazendo é colocar imediatamente em vigor medidas adicionais de segurança para seus funcionários afegãos e estrangeiros. Fazemos isso para evitar a interrupção de nosso trabalho.” As informações são da Dow Jones.

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