Após acordo, Irã fala em retomar diálogo com potências

Após a assinatura do acordo a respeito do programa nuclear iraniano, o presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad, disse que quer retomar o diálogo com os membros permanentes do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU). “Espero que o 5+1 (os membros permanentes do CS e a Alemanha) participem das negociações com honestidade, respeito e justiça e deem sequencia ao grande trabalho iniciado em Teerã”, disse ele, segundo a agência de notícias estatal iraniana.

Os ministros de Relações Exteriores do Irã, da Turquia e do Brasil assinaram hoje um acordo sobre o programa nuclear iraniano na reunião do G-15 (17 países em desenvolvimento), em Teerã. Ahmadinejad aceitou trocar 1.200 quilos de urânio por material nuclear (enriquecido a 20%) equivalente para seu reator de pesquisas médicas. O processo deverá se dar em território turco.

Porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Ramn Mehmanparast acontou que o Irã irá notificar a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) “dentro de uma semana”. “A AIEA deverá informar o grupo de Viena (Estados Unidos, França e Rússia) sobre a proposta”, afirmou o porta-voz. Ele acrescentou que “o urânio estocado na Turquia estará sob a supervisão do Irã e da AIEA”. “Esperamos que as outras partes aceitem a proposta”, afirmou.

Embora a oficialização tenha ocorrido na madrugada de hoje no horário do Brasil, ontem, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, havia atropelado autoridades brasileiras ao antecipar as bases do pacto. Mesmo em seu encontro de ontem com Ahmadinejad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva preferiu não tocar no assunto, aguardando a assinatura do documento.

O texto do acordo foi montado em cima da proposta debatida em outubro na AIEA. O governo de Israel foi o primeiro a se manifestar, alegando “que o Irã manipulou Turquia e Brasil na consolidação do pacto”.

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