Aliados ao governo se destacam nas eleições iraquianas

O primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki, que tem o apoio do governo norte-americano, aparentemente se sobressaiu nas eleições provinciais, com os eleitores premiando grupos que lutaram contra milícias e insurgentes. Os resultados iniciais das eleições provinciais realizadas no sábado (31) devem demorar vários dias. Mas repórteres da imprensa iraquiana e entrevistas realizadas pela Associated Press sugerem que os candidatos que tiveram o apoio do premiê tiveram desempenhos significativos na crucial região sudoeste do Iraque, coração dos xiitas.

Se esses indícios se confirmarem, devem fortalecer al-Maliki antes das eleições nacionais previstas para o final deste ano. Também refletiriam um distanciamento em relação aos partidos de conotação mais religiosa que dominam o país. O índice de comparecimento nacional na eleição foi de 51%, de acordo com o presidente da comissão eleitoral, Faraj al-Haidari. A presença nos postos de votação oscilou entre um porcentual de 40% na Província de Anbar, dominada pelos sunitas, a 65% na Província de Salahuddin, que inclui a terra natal de Saddam Hussein. Não havia dados finais sobre o comparecimento na região de Bagdá, mas al-Haidari declarou que informações preliminares indicam uma presença próxima a 40%.

Os grupos aliados a Al-Maliki aparentemente mantiveram a liderança em diversas área ao sul do país, incluindo nas cidades importantes de Basra e em Najaf, centro espiritual xiita, segundo a emissora privada de TV Al-Sharqiya. Essa tendência era respaldada por comentários de eleitores em Basra e em outras áreas. Muitos eleitores apoiaram a ofensiva do governo para desmantelar o controle das milícias xiitas em Basra e outras regiões no ano passado. O favoritismo dos aliados de al-Maliki deve ocorrer à custa do Conselho Supremo Islâmico Iraquiano, o maior partido xiita, que é um parceiro importante do governo, mas sinalizou que poderia fazer uma tentativa para assumir a liderança do país nas eleições nacionais do final deste ano.

As eleições ocorreram sem nenhum episódio de violência séria e foram consideradas como um grande avanço por parte de autoridades iraquianas, que lutam para que a estabilidade retorne ao país seis anos após a invasão liderada pelos Estados Unidos. A eleição ocorreu em 14 das 18 províncias do Iraque. A região autônoma curda não realizou eleições regionais como as outras províncias iraquianas, assim como a disputada província petroleira de Kirkuk, onde grupos étnicos não concordam com a fórmula de poder compartilhado.